sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reflexão na caminhada


Vinte de setembro de 2013. Chove em Porto Alegre. Uma sexta-feira como todas as outras pra grande maioria dos brasileiros. Pra mim, um dia ímpar de reflexão e revisão de conceitos e planejamentos. Nos anos mais recentes venho aproveitando a data de meu aniversário pra organizar os planos, lembrar o que me trouxe até aqui e responder com clareza (pra mim mesmo) pra onde estou indo e onde quero chegar.

Certamente me sinto mais maduro. Não pelos anos que passam. Mas pela vivência. Em outro contexto estaria comemorando a mesma data de forma distinta. No lugar da reflexão, da leitura matutina, do almoço em família, da sessão cinema, do passeio ao shopping, da leitura noturna, da interação virtual e, finalmente, da escrita deste texto, poderia estar me entorpecendo de álcool, consumindo alguma substância química pra ficar alerta, ou fumando alguma erva alucinógena na tentativa de me socializar ao grupo dos loucos filósofos de botequim.

Indiscutivelmente, hoje me sinto muito melhor do que em outros tempos. Apesar de gostar de uma boa festa. E, em boa companhia, curtir um pub ao som da boa música sempre que posso. Confesso ter uma paixão pela maturidade. Pela sobriedade. Pelo controle e domínio sobre os prazeres do mundo. É certo que cultivo muitos prazeres mundanos. Entre tantos posso citar o gosto pela ostentação (na esfera do acessível), o sexo construtivo e a boa comida.

Contudo, confesso que os interesses mudam com o tempo. No lugar dos maços de cigarro, das garrafas de tequila e do cigarrilho proibido, curto melhores momentos lendo bons livros, assistindo bons filmes e economizando aquele trocado possivelmente útil a algum investimento futuro. Da mesma forma, as companhias também mudam. É natural que busquemos fortalecer laços de amizade com pessoas de mesmo interesse, onde existam afinidades a serem trabalhadas na direção do bem comum.

Entre estas e outras considerações, as vozes do passado se degladiam com as vozes do presente que, por sua vez, insistem em olhar pro futuro. Nesta reflexão monológica percebo que algumas coisas precisam ser deixadas pra trás, enquanto outras precisamos levar adiante. A solidificação das escolhas e a continuação da luta por nossos objetivos coroam um momento de duplo contexto. De um lado, um ciclo se encerra; De outro, uma longa caminhada se inicia.

J.P.D.

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