segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Oportunidades, escolhas e consequências


Seguidamente passamos, no caminho, por momentos que nos fazem refletir sobre o verdadeiro sentido de nossas buscas. Reformulamos nosso plano de ações. Engavetamos alguns projetos para focar a meta naquilo que nos move. E como sempre, precisamos fazer escolhas. Em cada situação percebemos o quanto é importante ter aliados na jornada. 

A luta pela realização dos objetivos nem sempre é tranquila. Há situações em que somos chamados a dobrar esforços naquilo que realmente queremos. Contudo há decisões que cabem a outras pessoas. No mundo em que vivemos, dependemos uns dos outros. 

Nestas e outras situações, precisamos doar um pouco de nós para receber um pouco dos outros. Fazer alianças e acordos para que ambos possamos crescer em cada experiência. Num contexto de mutualismo e protocooperação. 

A sociedade e as pessoas são como o universo. Retribuem aquilo que oferecemos a elas. E exigem retribuição de nossa parte. Quando temos uma oportunidade de estudar ou trabalhar em uma instituição, por exemplo, precisamos ter a noção de que a oportunidade vai muito além da obtenção de um grau ou do recebimento de um salário. Mas sim o testemunho que receberemos a partir da impressão que deixarmos.

Apesar da grande maioria das pessoas terem esta consciência, há casos e momentos em que deixam de observar este efeito 'ação e reação'. Isto acontece naqueles seletos momentos que chamamos a fase da 'rebeldia sem causa'

Quando atingimos a maturidade. E consequentemente a consciência, começamos a entender a colheita sobre aquilo que plantamos. Porém, tanto as boas impressões quanto as más impressões podem ser revertidas. Tudo se traduz no reflexo da mudança de comportamento. Assim como é possível recuperar uma imagem prejudicada pelos erros do passado. Também é possível destruir uma reputação a partir de uma simples escolha ou decisão. De algum modo precisamos nos dar uma nova oportunidade a cada dia, para mostrarmos a dimensão de nossa capacidade de transmutação, evolução e competência.

Neste sentido precisamos estar alertas e atentos desde sempre. Construir a boa imagem é mais tranquilo do que reverter uma imagem prejudicada por algum episódio isolado. De qualquer modo somos nós que construímos nossa reputação. E precisamos estar preparados para saber o que fazer em cada oportunidade. 

J.P.D.

domingo, 11 de novembro de 2012

Poesias de Paz - Melhor do que antes


Melhor do que antes

Arde o sol de fogo
Entra a tarde no meu jogo
Chega a noite; Chega logo

Do prólogo ao epílogo
Como astrólogo e astrofísico
Pesco o que o céu reserva a mim

Por momentos melhores à frente
Me acostumo a quebrar correntes
Sigo tranquilo e contente

Ouço o peito que sente
Com o próprio coração pensante
Ser agora melhor do que antes

J.P.D. 


Autógrafos na Feira do Livro



Agradeço a presença do pessoal que foi prestigiar a sessão de autógrafos e parabenizo os autores da coletânea 'Vozes do Partenon Literário IV', presentes neste domingo, na Feria do Livro de Porto Alegre. É através de incentivos como este que cresce e se desenvolve a literatura brasileira. 

OBS: Nas fotos, autores da coletânea.

J.P.D. 

sábado, 10 de novembro de 2012

O caminho certo


Muitas pessoas buscam uma fórmula pronta para o sucesso e para a felicidade. Bons exemplos e caminhos alternativos facilitam e muito esta busca. Há os que buscam se encaixar nos padrões exigidos pela sociedade e os que formatam uma identidade personalizada. Notamos a importância de criar um caminho próprio e personalizar um estilo diferenciado do coletivo. Temos uma parte de nossa identidade composta pela cultura coletiva e outra parte arquitetada sobre traços particulares, únicos e individuais.

No mercado de trabalho, por exemplo,  existem dois tipos de profissionais de sucesso. Aqueles que são bons em cumprir ordens, seguir um padrão, se identificado com a filosofia da empresa e com a personalidade da marca a qual trabalham. E o profissional que cria o seu próprio estilo. Formata um caminho. Coloca a sua marca pessoal naquilo que faz. É óbvio que é muito mais tranquilo alcançar o desenvolvimento profissional pelo primeiro caminho. Pois um estilo diferenciado do tradicional nem sempre é aceito pelo mercado. O mercado exige performance padrão. Se identificar com o mercado é como identificar os funcionários com a empresa a qual trabalham. E mesmo quando um profissional cria o seu próprio negócio, espera-se que siga o fluxo natural do mercado. 

Romper as barreiras do padrão pré-formatado é um risco. Notamos muito a formatação de script nas empresas de comunicação televisiva, nas rádios e nas empresas de telemarketing por exemplo. A mesma forma de cumprimentar, a mesma entonação na voz e a mesma marcação nas frases. Quando surge algo novo, que ouse fugir da regra e quebrar o padrão, ou é rejeitado, ou transforma-se em um novo ícone de referência. A primeira situação é mais natural pelo fato do mercado ter uma certa resistência ao novo e estar acostumado com um tipo de formatação de produtos e serviços.

De alguma forma, criar um estilo, ou até mesmo um caminho novo ou alternativo, não é algo tão fácil assim. As novas alternativas só são aceitas quando produzem resultados. Quando uma pessoa muda de comportamento, costumamos prestar mais atenção nos resultados que isto trouxe a ela do que na própria mudança. É isto que estimula as outras pessoas seguirem o caminho. 

Quando um profissional testemunha que está no caminho certo, todos queremos saber o que ganhou com isso. Para que possamos dizer que vale a pena; E se este é um caminho a ser seguido. Podemos citar alguns exemplos: Acordar cedo pra produzir, trabalhar, estudar, malhar, deixar de beber, cortar o tabaco, curar-se de um vício, tratar as pessoas com educação e valorizar tudo o que é certo. Mesmo sabendo que tudo isso é bom, pessoas que tem estas e outras atitudes só tornam-se exemplos motivadores quando alcançam resultados concretos. 

A necessidade de legitimar o caminho que escolhemos, mesmo quando o criamos a partir de nossas próprias experimentações somadas ao conhecimento coletivo, é uma realidade. O caminho certo se torna exemplo motivacional quando traz resultados concretos a quem o percorre. O fato é que boas ações, boas intenções e bons exemplos contagiam. Principalmente quando se pode ganhar algo com isso. Quando uma pessoa consegue alcançar algo bom pelo caminho do bem, outras pessoas começam a seguir o mesmo caminho.

De qualquer forma, independente de criar um estilo ou seguir o padrão, o mais importante é que façamos o que gostamos de fazer, da melhor forma possível, principalmente se este caminho se configurar como um caminho do bem. Ou simplesmente o caminho certo.

J.P.D.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Meditar para Concentrar-se


Hoje à tarde recebi alguns exemplares da coletânea de autores que irei autografar na Feira do Livro de Porto Alegre no próximo domingo. Na mesma ocasião recebi uma menção honrosa pelo Concurso Literário Expresso das Letras deste ano. No caminho de volta pra casa, com a medalha no peito, refletia sobre o que faz a conquista se tornar realidade.

É certo que cada pessoa tem um método de preparação. Lembro-me de quando era criança e estudava para as provas do colégio, ouvia a recomendação dos educadores dizendo que os alunos com melhor desempenho são aqueles que estudam,o conteúdo do dia, no dia que é dado em aula. Fazer o dever de casa com antecedência e manter em dia foi o que aprendi desde cedo. Então, na véspera, era só dar aquela revisada. E aproveitar o resto do tempo para se preparar psicologicamente. 

De fato quem estuda um ano inteiro para um vestibular, por exemplo, chega na hora da prova sabendo o que responder. Diferentemente de quem recorre à ‘decoreba’ e deixa pra estudar na última hora. O mesmo acontece com os concursos públicos. Pouco adianta dormir com os livros debaixo do travesseiro. Quem estuda por longos dias, com tempo de reflexão entre cada dia de estudo, consegue desenvolver o assunto quando preciso. Seja por escrito. Face a face ou olho no olho. 

No esporte ocorre algo semelhante. Lutadores de artes marciais treinam meses para uma luta. Pesam-se entre 24 e 48 horas antes do combate. No dia anterior à luta, evitam logos treinamentos. Aproveitam para descansar, se concentrar, dormir bem e se alimentar bem. 

Tudo é válido neste sentido. Só não é recomendado levar mulher na concentração antes de final de copa do mundo. Ou virar a noite na balada e depois ir trabalhar amanhecido no dia seguinte. Isto poderia colocar em risco os momentos decisivos. 

Algumas culturas orientais recomendam a meditação antes dos momentos decisivos. Esvaziar a mente. Descansar o corpo. Isto pode ser decisivo. Corpo e alma descansados trabalham melhor. Tanto nas competições esportivas, quanto nas provas culturais e de conhecimento. 

Cheguei em casa com minha medalha. Mas com a certeza de quem há muito mais a fazer. Muito território a desbravar. Muitas batalhas a lutar. Hoje reservo este momento final do dia pra avaliar a situação. Refletir e meditar para que na hora certa esteja concentrado. E com a tranquilidade de quem vem fazendo o dever de casa há um bom tempo.

J.P.D.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Novos Descobrimentos


No séc XV e XVI, navegadores portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses conquistaram os mares e boa parte dos continentes. A era dos descobrimentos como ficou conhecida. Em que a África e as Américas, assim como o Indico e a Oceania foram conquistados e colonizados. Foi-lhes imposta uma nova língua, novos costumes e outra cultura. Séculos depois, navegamos em novos mares. E participamos de uma nova colonização.   

Ao ler este primeiro parágrafo, acredito que você tenha pensado que irei falar do imperialismo norte-americano. Da expansão da língua inglesa, do rock´n rol, do cinema de Hollywood, do fast food e da globalização da cultura ocidental. Apesar de todas estas informações serem reais. Prefiro fugir do óbvio e olhar por outro ângulo, porém, considerando aquelas e outras visões do tema. 

De fato a democracia está avançando. A queda das ditaduras e regimes fundamentalistas é uma realidade. O avanço do modo de produção capitalista sobre as superadas experiências do socialismo e comunismo também é real. A globalização da cultura também é outra verdade absoluta. Música, literatura, arte, cinema, tecnologia, educação, ciência. Enfim, o particular tem se tornado universal. E o local ganha status de global. 

Bom, até aí tudo bem. Você já deve estar acostumado a ouvir falar destes temas com esta entonação. Onde está então o outro ângulo que prometi? Esta bem aqui. Em perceber que todo este processo esta acontecendo a partir destas postagens, dos compartilhamentos nas mídias sociais, das mensagens enviadas através de nossos celulares, da participação de cada internauta que compartilha, exporta e importa constantemente novas ideias e opiniões sobre assuntos novos e antigos.                 

A virtualização do espaço tem possibilitado a minimização do fator espaço-tempo. Estando aqui, estamos ali e estamos lá. E o lá pode ser em qualquer lugar. Começando pro onde estamos, de onde viemos e para onde vamos. A internet tornou o ser humano onipresente. Estamos todos conectados. E não há mais como desconectar. Resta-nos agora remar na mesma direção.

O ciberespaço é o novo mar sendo desbravado. Um território a ser conquistado. Um espaço de circulação de tudo o que consumimos, pensamos, sentimos e compartilhamos. Informação, conhecimento e cultura. Uma mesa de debates. Uma sessão aberta a quem quiser participar. Com direito igual a voto e opinião.  

Ainda sabemos muito pouco sobre esta interação sem precedentes. A construção colaborativa do conhecimento coletivo. Mas uma coisa temos certeza. Estamos inaugurando uma nova era. Um era de interação virtual. Construção coletiva. Relações mais superficializadas. Exposição das intimidades. Consumo das experiências compartilhadas. E interação total. Só não sabemos até que ponto tudo isso é bom. 

J.P.D.                 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Notificações do Facebook via SMS


Há algum tempo cadastrei meu número de celular para receber notificações do Facebook. Comentários, quem curtiu, que enviou ou aceitou convite de amizade, quem compartilhou em nossa linha do tempo entre outras atualizações. O mais interessante é que este serviço funciona até mesmo nos celulares mais simples, independentemente de ter acesso às mídias sociais.

O Facebook envia para o número do celular cadastrado as atualizações quase em tempo real. Com apenas alguns segundos de diferença da atualização na página. O serviço é gratuito para as notificações enviadas pelo Facebook. Ou seja, não há custo para receber as mensagens. Só há custo se você quiser respondê-las. Neste caso é cobrado o valor de um sms normal. 

Para adicionar habilitar a função, faça da seguinte forma.

1 - Na barra superior azul, a direita de 'Pagina inicial', clique na seta.
2 - Selecione a opção 'Configurações de conta'
3 - No menu a esquerda clique em 'Celular'
4 - Clique no botão 'Adicionar um telefone'
5 - Confirme sua senha
6 - Escolha o país e a operadora de seu número de celular 
7 - Clique em 'próximo'
8 - Envie o sms conforme a orientação que receber na tela do facebook 
9 - Após este procedimento você receberá um código de confirmação
10 - Digite o código de confirmação no Facebook e clique 'confirmar'

Pronto, após estes procedimentos você começará a receber suas notificações do Facebook,  via mensagem de texto, em seu aparelho de celular. Agora é com você. Vai lá e habilita o teu número.

J.P.D.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Curtir o caminho

Foto de Juliano Dornelles

Há tempos venho comercializando uma forma alternativa de viver. Algo que fui obrigado a aprender durante a caminhada. Esta maneira de encarar os desafios torna a caminhada mais prazerosa e menos cansativa. Consiste em duas coisas básicas: Intercalar atividades e descansar em movimento.

Durante minha adolescência fiz tudo aquilo que um jovem entre quinze e trinta anos costuma fazer. Frequentei quase todo tipo de festas. Curti quase todo tipo de mulher. Bebi quase todo tipo de bebida alcoólica.  Além de outras experiências as quais prefiro não citar, pois nada acrescentam. Nos últimos doze anos, troquei de faculdade quatro vezes até me formar. Trabalhei em mais de dez empresas diferentes ao mesmo tempo em que passei a maior parte do tempo procurando vagas. Experimentei do bom salário ao subemprego. E ainda estou na luta. Mas foi a partir dos trinta anos que comecei a ver o mundo com outros olhos. É como se eu houvesse dormido por trinta anos em meu íntimo. E então houvesse despertado. Migrava de um mundo onde havia vítimas, culpados, vilãos e outros seres marginalizados. Para um mundo onde cada um é responsável por sua realidade.

Fumar um cigarro ou tomar uma cerveja não mais resolveria meus problemas. Aliás, nunca resolveram. Mas prestar atenção no movimento do universo, e nos próprios passos, me fez entender o caminho. Minha concentração já não era a mesma dos tempos anteriores à vida boêmia. O mesmo poderia falar do preparo físico. Foi então que precisei rever minhas posições e atitudes em cada situação. As festas deram lugar à navegação noturna com interesses profissionais ou acadêmicos. As manhãs de cama até tarde foram substituídas pelo toque do celular em um horário que me permitisse salvar a produtividade diurna. Os treinos de academia se tornaram obrigatórios  Além da necessidade de reeducação alimentar. O cigarro, o álcool e todo tipo de substância química que altera o comportamento foram eliminados por completo. Mas descobri que havia algo mais a ser feito.

A concentração estava prejudicada. E como precisava focar em trabalhos específicos e estudos cotidianos, pesquisei na internet uma forma de transformar este problema em algo benéfico. Descobri um estudo que recomendava um break de dez minutos entre cada cinquenta minutos de estudo ou trabalho. Adaptei a formatei ao meu modo. E comecei a intercalar atividades como estudo, trabalho em meus empreendimentos, tarefas domésticas, interação com amigos, navegação nas redes e outras atividades como ler o jornal, ouvir rádio e tomar um chimarrão.

No princípio ficou tudo uma confusão. E confesso que ainda precisa de umas regulagens, porém comecei a ter mais prazer em desempenhar cada tarefa. O dia se tornou mais produtivo. Comecei a limpar a casa todos os dias, estudar de manhã, de tarde e  de noite, atender meus clientes de forma intercalada sempre que surge trabalho, malhar com maior frequência do que antes e passar a maior parte do tempo produzindo algo. Desde a hora que acordo até a hora de dormir. 

O mesmo precisei fazer com a academia. Sentia uma necessidade de incluir atividades aeróbicas no treino. Então comecei a correr na mesma semana que resolvi cortar o cigarro. Isso há alguns meses. Na primeira semana que tentei correr na esteira passei mal já no terceiro minuto de corrida. Precisei criar um treino alternativo. Se o máximo que aguentava correndo eram dois minutos, ou era obrigado a parar no terceiro minuto, ou a caminhar o restante do caminho. A segunda opção foi a escolhida. Descobri que a cada intervalo de três minutos caminhando, conseguia correr mais dois. Assim poderia passar dos vinte minutos tranquilamente intercalando corrida e caminhada.

Estes dois exemplos são exemplos cotidianos de algo simples de perceber. A jornada se torna mais tranquila de ser percorrida, quando podemos aproveitar a caminhada. Isto funciona tanto na atividade física, quando nas atividades intelectuais como trabalho e estudo. Fazer um break às vezes é necessário e faz recompor as energias, renovar a motivação e incorporar uma dose extra de inspiração. Sei que isto é fruto de uma experiência pessoal que ainda não me levou a nenhum lugar concreto. Mas como sou o laboratório de minhas próprias experiências, sinto que esta é uma forma de viver mais tranquila, saudável e construtiva do que era antes. O caminho nos ensina pra onde ir.


J.P.D.

domingo, 4 de novembro de 2012

Criatividade por escrito


Muitas vezes recorro ao estudo e à leitura para captar alguma ideia que possa ser desenvolvida em um texto. Há momentos em que a criatividade surge de maneira natural. Em outros a criação precisa ser garimpada no íntimo da experiência pessoal e do conhecimento. Contudo, nem sempre tenho tempo para ficar horas do dia lendo, conversando via mensagem de texto ou assistindo filmes e telejornais para que as ideias floresçam em pensamento. Mas uma coisa é certa; Só há criação com transpiração. 

Muitas vezes a inspiração é natural, mesmo quando é uma ideia sem nexo. seja pra escrever uma poesia, um artigo ou contar uma fábula. São momentos em que a criação flui de maneira automática. No âmbito literário, em alguns casos, as palavras surgem uma a uma, como frutos de uma magia inexplicável. A alquimia da criação. Na grande maioria das vezes isto acontece quando se assiste um programa de televisão interessante, quando se aprende algum conhecimento novo oriundo do estudo ou simplesmente quando se desenvolve um assunto a partir de uma conversa. Seja ela face a face ou virtual.  

A criatividade é algo difícil de entender. Não me considero um cara criativo. Mas tento ser, apesar de reconhecer que falo com frequência de temas específicos e bato constantemente na mesma tecla sempre que preciso. Por vezes a criatividade é racional, pesada e medida; Enquanto em outros momentos é inconsequente. Pode ser fruto do conhecimento adquirido ou da loucura instintiva que vive dentro de cada um. Independente de sua origem, a criatividade é responsável pela composição do novo.

Mas nada surge do nada. Muitas vezes a criação na realidade é uma recriação. O novo surge daquilo que o antecede. As ideias surgem de reflexões. Os novos conhecimentos surgem dos conhecimentos ancestrais. Falo em ancestral no sentido de precedente. Aquele que existe, ou existiu, desde antes. 

De outro modo, a criatividade transforma o conhecimento e a cultura. Quando mais conhecimento adquirirmos, mais conhecimento criamos e mais se expande o território delimitado pelas fronteiras do saber. Quando alcançamos o entendimento sobre algo, o registramos e compartilhamos em forma de informação, temos o conhecimento compartilhado. Como uma mercadoria a ser pota na vitrine. 

Criar implica partir da matéria bruta para a manufatura. Partir de algo anterior para algo posterior. Expandindo as fronteiras precedentes. Ampliando o território do conhecimento. Somando novos tópicos e observações. Multiplicando o alcance. Mesmo a partir de todas estas considerações o impulso criativo vai além do entendimento explicável. É pura magia. É algo sobrenatural ao alcance de pessoas comuns. ao mesmo tempo em que se apresenta  como se fosse uma dádiva recebida do espaço por pessoas  seletas e especiais. Mas também é matemática e construída com arquitetura, estudo e ciência. Muitas vezes é consciente; Em outros casos é fruto do subconsciente ou até mesmo  do inconsciente.

O mais interessante é que a criatividade pode ser tanto involuntária quanto oriunda do planejamento matemático, racional e reflexivo. De qualquer modo, mesmo que dependa um tanto da inspiração, só há criação quando há transpiração. Mesmo quando alguém tem uma ideia genial, esta ideia só se torna uma criação se é desenvolvida e posta em prática. Criação também requer muito trabalho duro. 

J.P.D.

sábado, 3 de novembro de 2012

Nas redes


Toda vez que publico um texto, compartilho a postagem nas redes sociais. Twitter, Facebook, Google Plus entre outras. Assim como faço com minhas publicações, muitos dos internautas que conheço fazem com os textos que leem, com os vídeos que assistem e outros links. Este intercâmbio de informações nos coloca em interação direta na troca recíproca de interesses e conhecimentos na rede.

Cada texto publicado na internet, cada vídeo hospedado no ciberespaço, cada link compartilhado nas mídias sociais, influi de alguma maneira na vida daqueles que consomem a informação. Somos influenciados pelos comercias da televisão. Somos influenciados pelas notícias dos jornais; Mesmo quando elas são simples reproduções de releases redigidos por assessorias de imprensa.

A convergência de interesses e a divergência de opiniões nos colocam lado a lado na praça pública virtual, que funciona como se fosse uma mesa redonda, uma sala de debates e discussão, onde cada um computa o seu voto sobre assuntos específicos.

O singular e o universal coexistem. O global é incorporado pelo local, e o local se expande ao global. Tudo o que acontece aqui e ali, está lá. Nas redes. E quem estiver em rede também está lá. No mundo online conectado, na mesa redonda, na praça pública virtual.

Assim sendo, estamos cada vez mais próximos da comunhão total com o mundo globalizado e com o pensamento e sentimento universal. Estamos lá e o lá é logo ali. Ou até mesmo aqui. Viajamos milhares de quilômetros em apenas um clique. Atravessamos o mundo através da tela do computador, do telefone e de inúmeras outras tecnologias. 

Estamos de fato juntos se estamos conectados. Com aqueles que incluímos e com aqueles que deixamos de incluir em nosso network. Há no máximo seis graus de separação entre cada duas pessoas no mundo. Ou seja, até mesmo aqueles contatos que deixamos de fora de nossos perfis e comunidades, ou até mesmo nem conhecemos, estão, e seguirão, conectados conosco de algum modo.

Não há mais como deixar ninguém de fora desta comunhão. Pelo menos daqueles que estão conectados. Em breve estaremos todos ligados. Nosso espírito se torna um só. Uma única alma em comunhão. Onde todos comungam do mesmo corpo físico. O ciberespaço. Onde o coletivo e o individual são uma só pessoa. Onde o particular se torna universal, mesmo quando se mostra singular. Vivemos uma comunhão quando estamos em rede. Em que o coletivo é o produto e a soma das participações de cada indivíduo conectado.

J.P.D.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Salvemos a Cibercultura


Estava navegando na internet e percebi que assim como surgem novos sites, blogs, canais de vídeos, redes sociais e outros espaços de circulação de bens simbólicos, também saem de circulação espaços e conteúdos desta natureza. Sinto que a cibercultura está desprotegida. E algo precisa ser feito no sentido da preservação do conteúdo publicado na web. 

Há um tempo atrás publiquei uma postagem sobre o fim do serviço gratuito HPG. O HPG era um site do IG em que os usuários podiam criar páginas de internet gratuitamente. Quando o serviço foi desativado, saíram do ar milhares de páginas e seus respectivos conteúdos.  Textos, vídeos, áudio e imagens de todo tipo.

Observamos hoje que os sites de relacionamento são substituídos de tempos em tempos. O Facebook ganhou milhões de usuários do Orkut e do My Space nos últimos anos. E apesar de ser a bola da vez entre as mídias sociais, como todos as outras redes de relacionamento, tem vida útil delimitada. A menos que algo seja feito no sentido de transformá-la em conteúdo  eterno e imortal. 

A cada dia surgem novos serviços, novas plataformas e novos canais de interação. As tecnologias se superam a cada momento. Os grandes portais se reciclam e recriam para continuar vivos. Porém alguns deles são substituídos pelas novas tecnologias. 

Apesar de ter diminuído consideravelmente o número de usuários do Orkut, precisamos levar em consideração que há muito conteúdo exclusivo e inédito nos perfis de usuários e comunidades. Desde fotos, textos e fragmentos de conversação. Podemos dizer que tudo isso faz parte do conteúdo do ciberespaço como cibercultura. E consequentemente da história pós-moderna.

Assim como no cinema e na literatura, em que os clássicos do passado são guardados em museus; Os sites do ciberespaço precisam ser protegidos da exclusão. Guardar um perfil do Orkut, com fotos únicas, textos de época e diálogos singulares é como ter, em uma biblioteca, um exemplar impresso de um jornal dos anos cinquenta.

Cibercultura é arte. E arte é história. Há uma necessidade imediata de proteger o conteúdo virtual. As conversas que hoje temos no Twitter. As fotos do Flikr e Facebook, os vídeos do Youtube, os blogs do Wordpress e Blogspot; Enfim, todo o conteúdo da internet faz parte da cibercultura. E consequentemente da história de nossa era. Salvemos a cibercultura.

J.P.D. 

Dançando nu


Nos dias de calor, tenho a mania de andar nu em casa. Moro no décimo primeiro andar. A janela do prédio vizinho fica a menos de cinquenta metros da minha, porém a um nível abaixo. O prédio ao lado tem dez andares. Sendo assim não há como me verem de corpo inteiro.

Porém, desconhecia que o prédio ao lado tinha um terraço. Pois nunca vi ninguém ali. Certa manhã, atravessa o apartamento da cozinha até o quarto, passando pela sala, segurando uma xícara de café do jeito que vim ao mundo.

De repente tocou uma música legal no rádio. Comecei a balançar a cabeça, mexer os ombros... Resumindo dançava sozinho em casa, ouvindo um rock'n roll, nu e tomando café.

Quando olhei ao fundo vi uma senhora debruçada na borda do terraço do prédio ao lado, me olhando impressionada. Fiz de conta que não a vi, retornei até a cozinha com um tanto de vergonha. Falei pra mim mesmo em pensamento: 'Que loucura... Viajei'

Então, aproveitei a situação, peguei uma cueca que secava no varal da sala de serviço ao lado da cozinha, coloquei-a na cabeça e atravessei a sala novamente. Desta vez fazendo uma dança super esquisita. Uma mistura de hip hop com dança de terreiro. Como se estivesse incorporando uma entidade em uma espécie de rito ancestral. É possível que de fato estivesse.

Bom, fui até o quarto, coloquei uma bermuda e retornei a sala. Cheguei peto da janela, como se nada houvesse acontecido. Vi a senhora ao fundo ainda me olhando. Olhei pra ela e fiz um gesto como se estivesse convidando para um café.

Naquele momento tive que segurar o riso. Ela fez de conta que não viu. Então aumentei o volume do rádio e entrei em transe novamente. Para uma dança mais louca ainda.

J.P.D.