Estava
navegando na internet e percebi que assim como surgem novos sites, blogs,
canais de vídeos, redes sociais e outros espaços de circulação de bens
simbólicos, também saem de circulação espaços e conteúdos desta natureza. Sinto
que a cibercultura está desprotegida. E algo precisa ser feito no sentido da
preservação do conteúdo publicado na web.
Há um tempo atrás publiquei uma postagem sobre o fim do serviço
gratuito HPG. O HPG era um site do IG em que os usuários podiam criar páginas
de internet gratuitamente. Quando o serviço foi
desativado, saíram do ar milhares de páginas e seus respectivos conteúdos.
Textos, vídeos, áudio e imagens de todo tipo.
Observamos hoje que os sites de relacionamento são substituídos de
tempos em tempos. O Facebook ganhou milhões de usuários do Orkut e do My Space
nos últimos anos. E apesar de ser a bola da vez entre
as mídias sociais, como todos as outras redes de relacionamento, tem
vida útil delimitada. A menos que algo seja feito no sentido de transformá-la
em conteúdo eterno e imortal.
A cada dia surgem novos serviços, novas plataformas e novos canais
de interação. As tecnologias se superam a cada momento. Os grandes portais se
reciclam e recriam para continuar vivos. Porém alguns deles são substituídos pelas
novas tecnologias.
Apesar de ter diminuído consideravelmente o número de usuários do
Orkut, precisamos levar em consideração que há muito conteúdo exclusivo e
inédito nos perfis de usuários e comunidades. Desde fotos, textos e fragmentos
de conversação. Podemos dizer que tudo isso faz parte do conteúdo do
ciberespaço como cibercultura. E consequentemente da história pós-moderna.
Assim como no cinema e na literatura, em que os clássicos do
passado são guardados em museus; Os sites do ciberespaço precisam ser
protegidos da exclusão. Guardar um perfil do Orkut, com fotos únicas, textos de
época e diálogos singulares é como ter, em uma biblioteca, um exemplar impresso
de um jornal dos anos cinquenta.
Cibercultura é arte. E arte é história. Há uma necessidade
imediata de proteger o conteúdo virtual. As conversas que hoje temos no
Twitter. As fotos do Flikr e Facebook, os vídeos do Youtube, os blogs do
Wordpress e Blogspot; Enfim, todo o conteúdo da internet faz parte da cibercultura. E
consequentemente da história de nossa era. Salvemos a cibercultura.
J.P.D.
Só pra ter uma ideia, a grande maioria das imagens fotografadas por internautas brasileiros entre 2004 e 2008 está no Orkut; E não no Facebook ou Flikr... Acredite, isto é a nossa história.
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