Hoje
estava fazendo mais um estudo de campo no YouTube e percebi que ainda há muito
a garimpa. Percebo a multiplicidade de conteúdos deste portal. Assim como
encontramos muito conhecimento e cultura interessante, encontramos também o que
chamamos de anti-cultura, ou ‘conteúdo trash’.
Quando falo de conteúdos deste gênero, me refiro a conteúdos mais pesados
do que cenas de bulling, ninfetas dançando de calcinha, sexo explícito em
reallity shows da televisão aberta ou coisas do tipo. Falo de estímulo ao
terrorismo, à prostituição e ao consumo de drogas. Assim como outros temas
relacionados.
Nesta tarde, por acaso, encontrei um vídeo em que o vloger
ensinava como produzir um cigarrilho de maconha. Aproveitei para ver mais
vídeos do mesmo canal. E encontrei mais de oitenta vídeos do mesmo internauta
sobre o assunto. Ali havia dicas de como plantar, como secar, como
prensar, etc. Em todos os vídeos o usuário aproveitava para fumar um baseado e
falar bobagem chapado. Tudo bem, à primeira vista parece até engraçado, mas
depois fiquei pensando no efeito que este tipo de conteúdo pode ter sobre
crianças, jovens e adolescentes. E principalmente o fato de que não há um
controle efetivo de acessos e envios no YouTube. Ou seja, qualquer vídeo ali
postado pode ser acessado por internautas de qualquer idade.
Há dois pontos cruciais nesta questão. Primeiro: deveria haver um
controle maior por parte do YouTube sobre o tipo de vídeos que é postado.
Segundo: Deveria haver uma restrição de acesso de alguns conteúdos na internet
por menores de idade.
Sabemos que não há este tipo de controle. O único controle, que
pode ser feito em relação aos conteúdos acessados por crianças e adolescentes,
tem de partir do controle dos pais ou dos estabelecimentos e
instituições onde a internet é acessada. Existem softwares que fazem este
controle.
Ainda acho que ter o registro do IP da máquina dos usuários é uma
forma precária de controlar acessos, uploads e downloads. Acredito que deveria
haver uma identidade virtual vinculada ao CPF ou RG, com a qual cada usuário
deveria logar quando fosse acessar a rede. Com conteúdos restritos a menores, a
criminosos e outros tipos de perfis particulares. Somente assim poderemos ficar
mais tranquilos.
Sei que esta é uma visão passível de ser criticada. Somos cada vez
mais controlados e vigiados ao mesmo tempo em que ganhamos liberdades. Vivemos
o que chamamos de a era da liberdade monitorada. Temos voz e espaço para gritar
ao mundo, mas nossos passos estão sendo vigiados. Seja pelas câmeras de tv
espalhadas pelas ruas da grandes cidades, condomínios e estabelecimentos
comerciais. Ou pela curiosidade alheia que pesquisa a nossa vida nos pesquisa na
rede. A exposição das intimidades e a visibilidade global vêm seguidas do
controle social e do fim da privacidade. E assim como quase tudo este é um tema
que tem dois lados.
J.P.D.
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