Há tempos a internet vem ganhando
dimensão de espaço de mobilização das massas. Muitos grupos
se reúnem na web para organizar movimentos sociais. Neste ambiente
surge todo tipo de mobilização. Desde aqueles que visam apoiar de forma
positiva uma causa, até aquelas que visam protestar e ir contra alguma
ideologia, decisão ou grupo.
Percebemos o ciberespaço como uma
extensão do espaço público. Palco de interação e debates sobre os mais
distintos temas. Conforme coloca Rousiley Maia, no livro Mídia, Esfera Pública
e Identidades Coletivas, "o desenvolvimento das novas tecnologias de
comunicação e informação abre um grande leque de possibilidades para a
interação virtual entre indivíduos e grupos, para a coordenação da ação
política ou para a promoção de mobilizações através das redes, em escalas
planetárias, de um modo sem precedentes".
Os cidadãos têm se tornado mais
politicamente ativos. Enquanto o ciberespaço tem se mostrado como uma esfera de
visibilidade pública e política. Neste ambiente cresce a exigência pela
transparência e visibilidade, assim como o uso das ferramentas de accountability.
Ainda sobre este tema, Jan Ekecrantz
observa que “a mídia moderna, supostamente, tem criado novas condições para a
política e a formação de identidade, e, certamente, tem produzido novos espaços
públicos".
O ciberespaço funciona como um espaço
de legitimação de identidades. Mobilizações e movimentos ganham dimensão
global. E causas ganham adeptos de todo o mundo dispostos a levantar suas
bandeiras. É a visibilidade que estes grupos e ideologias ganham na web que
incorpora repercussão e credibilidade dimensionadas.
Segundo Ilse Scherer-Warren, estes
movimentos sociais "são redes sociais complexas, que transcendem
organizações empiricamente delimitadas, e que conectam, simbólica e
solidariamente, sujeitos individuais e atores coletivos, cujas identidades vão
se construindo num processo dialógico".
Porém devemos distinguir o fator
ambiente do capital social. Wilson Gomes coloca que "a esfera pública não
é um terreiro um uma praça onde se conversa sobre os negócios do Estado e do
interesse civil, mas é a própria conversa ou debate que aí se processam".
De algum modo tudo este sistema é um conjunto entre o espaço, os meios
mediadores, as pessoas e as ideologias que defendem ou criticam. E neste
contexto podemos dizer que os internautas conectados em interação são os
principais agentes transformadores da sociedade.
J.P.D.
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