sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mobilização Virtual


Há tempos a internet vem ganhando dimensão de espaço de mobilização das massas. Muitos grupos se reúnem na web para organizar movimentos sociais. Neste ambiente surge todo tipo de mobilização. Desde aqueles que visam apoiar de forma positiva uma causa, até aquelas que visam protestar e ir contra alguma ideologia, decisão ou grupo.

Percebemos o ciberespaço como uma extensão do espaço público. Palco de interação e debates sobre os mais distintos temas. Conforme coloca Rousiley Maia, no livro Mídia, Esfera Pública e Identidades Coletivas,  "o desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação e informação abre um grande leque de possibilidades para a interação virtual entre indivíduos e grupos, para a coordenação da ação política ou para a promoção de mobilizações através das redes, em escalas planetárias, de um modo sem precedentes".

Os cidadãos têm se tornado mais politicamente ativos. Enquanto o ciberespaço tem se mostrado como uma esfera de visibilidade pública e política. Neste ambiente cresce a exigência pela transparência e visibilidade, assim como o uso das ferramentas de accountability

Ainda sobre este tema, Jan Ekecrantz observa que “a mídia moderna, supostamente, tem criado novas condições para a política e a formação de identidade, e, certamente, tem produzido novos espaços públicos".

O ciberespaço funciona como um espaço de legitimação de identidades. Mobilizações e movimentos ganham dimensão global. E causas ganham adeptos de todo o mundo dispostos a levantar suas bandeiras. É a visibilidade que estes grupos e ideologias ganham na web que incorpora repercussão e credibilidade dimensionadas. 

Segundo Ilse Scherer-Warren, estes movimentos sociais "são redes sociais complexas, que transcendem organizações empiricamente delimitadas, e que conectam, simbólica e solidariamente, sujeitos individuais e atores coletivos, cujas identidades vão se construindo num processo dialógico". 

Porém devemos distinguir o fator ambiente do capital social. Wilson Gomes coloca que "a esfera pública não é um terreiro um uma praça onde se conversa sobre os negócios do Estado e do interesse civil, mas é a própria conversa ou debate que aí se processam". De algum modo tudo este sistema é um conjunto entre o espaço, os meios mediadores, as pessoas e as ideologias que defendem ou criticam. E neste contexto podemos dizer que os internautas conectados em interação são os principais agentes transformadores da sociedade.


J.P.D. 

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