sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Interação mediada no ciberespaço


Há poucos dias a Internet, que surgiu através de experiências de comunicação militar americanas, completou 40 anos. A World Wide Web foi desenvolvida e distribuída gratuitamente por Tim Berners-lee fora do seu horário de trabalho. Hoje em dia as redes telemáticas, sobretudo a internet, revolucionaram a relação das pessoas com o mundo e entre si. Enquanto os outros meios de comunicação de massa, como o rádio e a televisão, por exemplo, tinham como emissor uma única central de produção até chegar aos receptores finais, a internet é uma mídia onde todos os consumidores podem ser ao mesmo tempo produtores de conteúdo.
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A comunicação que antes era de poucos para muitos passou a fluir de muitos para muitos. Segundo o canadense Marshall Macluhan os computadores são extensões do cérebro humano. São milhões de cabeças pensantes e máquinas interligadas no que o francês Pierre Lévy chama de ciberespaço. Neste espaço circulam representações de bens simbólicos que constituem a cibercultura. O mesmo autor define a soma dos conhecimentos disponíveis e compartilhados como inteligência coletiva. Caem assim as barreiras internas da Aldeia Global.
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A globalização da informação convive com a consolidação e expansão do capitalismo ocidental. O imperialismo cultural do 'american way of life' ainda é uma ameaça, mas diferentes culturas se encontram neste espaço público influenciando-se umas as outras. Um dos problemas que vivenciamos depois de todas essas mudanças é a dupla dependência mediada, assim como efeitos desorientados de sobrecarga simbólica.
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A multimídia, a medida que intercala textos, imagens e sons, faz com que partes distintas do nosso cérebro trabalhem juntas em uma experiência de relacionamento muito interessante. Além dos interesses comerciais de consumo, há também uma estetização espetacularizada da realidade. Fixam valores e crenças. São criados espaços artificiais de passagem e encontro. A diversidade de conteúdos e o intercâmbio múltiplo são alguns de tantos pontos fortes que possam ser citados.
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Neste mundo virtual emana o ser digital. Ocorre uma mudança de comportamento na sociedade. Contudo há um excesso de informações. Se No mito da caverna de Platão, os homens confundiam as sombras projetadas na parede com a realidade, hoje a confusão é entre o real e o virtual. O mundo atrás da tela do computador. Enquanto cresce a visibilidade midiática, a manipulação de informações preocupa. Muito ainda se precisa estudar e descobrir. Essa é uma história que ainda está no começo.
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Juliano Dornelles

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