Estava fazendo uma releitura do livro
'Cultura da Convergência' de Henry Jenkins, que fala sobre tudo da cultura
participativa e da inteligência coletiva, além da convergência midiática,
cultural, de relacionamento e interação. Neste sentido percebi que a
convergência de fato já está acontecendo. É uma realidade. E não há como fugir
dela.
Jenkins chama a atenção para as
transformações culturais que são fruto da convergência. Cita as transformações
tecnológicas que transformaram o celular em um misto entre o computador e o
telefone. Com múltiplas funções e possibilidades de interação.
Segundo Jenkins a convergência não ocorre apenas por meio de aparelhos, mas sim
dentro dos cérebros e nas interações entre as pessoas. A convergência também
altera as relações entre a indústria, o mercado e os públicos.
Jenkins faz uma análise sobre os spoilers,
que são uma espécie de pesquisadores e curiosos que zapeiam informações sobre
programas de reality shows para antecipar ou explicar ao público,
informações sobre os episódios. Criam o que Pierre Lévy chama de comunidades de
conhecimento. Tais informações são trocadas e compartilhadas. Deste modo também
surgem outras comunidades de interação em torno de assuntos de interesse comum
ao público participante. Jenkins ainda cita as comunidades de fãs de filmes e
seriados como Star Wars, Harry Potter e Matrix. Filmes estes que depois
transformam-se em outros produtos, como games, revistas em quadrinhos, álbuns
de figurinhas, bonecos colecionáveis além das tradicionais comunidades
virtuais.
As comunidades de conhecimento e a
convergência tecnológica são o caminho que nos levará ao amanhã. Um futuro
próximo onde a construção social do conhecimento colocará a informação ao
acesso de todos que fazem parte da Aldeia global. Hoje em dia é impossível que
todos saibam tudo sobre tudo. Mas se somarmos os conhecimentos individuais
poderemos criar o que Lévy chama de inteligência coletiva. O jornalismo
colaborativo é um passo dado neste sentido. David Weinberger, autor do livro 'A
nova desordem digital' cita exemplos neste sentido como o Oh my news e
o Wikipédia. Ambas as situações em que o cidadão comum pode agregar
conhecimento e informação, deixando de ser um consumidor passivo para tornar-se
também um produtor de conteúdo.
Estas e outras mudanças nos colocam
cada vez mais próximos da onipresença. Zygmount Bauman já fala nela em seu
livro 'Modernidade Líquida'. Bauman fala na onipresença da informação, da
cultura e do conhecimento. Em um mundo os as sociedades deixam seu status
sólido, imóvel, passa assumir a fluidez do líquido, que adapta-se às situações,
moldando-se ao caminho. Assim, neste contexto devemos nos adaptar a estas
mudanças. E assumir nosso papel como contribuinte e colaborador na construção
da Nova Ordem Mundial. Como já mostrava um dos vídeos mais famosos do Youtube.
A Mídia Revolution. O nascimento do prossumer. Uma comunhão entre o
produtor e o consumidor de conteúdo. A internet e os dispositivos móveis são
plataformas e meios do momento. Contudo a transformação vai além da tecnologia.
Ela é mental, psicológica e espiritual.
Hoje, assim como a informação, através
dos dispositivos de comunicação, conseguimos estar presentes em mais de um
lugar ao mesmo tempo. Conseguimos multiplicar o acesso a nossas idéias. A nossa
visão do mundo. Assim como também, de outro lado, podemos acessar outros
universos. Seja de casa, através da televisão, do rádio ou da internet. Ou na
rua através de um smart phone, net book ou palm. E
tudo isto não me assusta nem me impressiona, pois já vivo nesta realidade.
Assim como outros tantos. Junte-se a nós. Estamos esperando você.
Juliano Dornelles
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