quinta-feira, 31 de maio de 2012

O velho e bom e-mail



Assim como a grande maioria dos meus leitores, tento tentado seguir alinhado com a evolução tecnológica da internet. Lembro que há uns sete anos, quando concluía minha monografia de conclusão do curso de jornalismo, sobre as tribos do ciberespaço, aproveitei o impulso para arriscar a alfabetização digital de minha mãe. Na época me detive em passar informações básicas e relevantes sobre as Redes Sociais Virtuais e os comunicadores instantâneos. Contudo lembro que fiz isso antes de introduzi-la no correio eletrônico. O fato de dar prioridade às Redes Sociais virtuais e às mensagens instantâneas partia de uma visão que antecipava o que já esta acontecendo hoje em dia, quando estas e outras formas de comunicação têm ganhado espaço frente ao tradicional e-mail.

Hoje, com 70 anos, minha mãe é hard user de Facebook, Orkut e Messenger. Além disso, é usuária de blog, Twitter e mais de uma conta de e-mail. Todos os dias aproveitamos para falar online pelo Messenger. Em alguns casos utilizamos vídeo chamadas com transmissão de texto, áudio e vídeo em tempo real. Assim como faço com ela, faço com a grande maioria de meus amigos. Utilizando os comunicadores instantâneos, ou Sites de Redes Sociais como Twitter ou Facebook. 

A consideração mais relevante frente a toda esta experiência é o fato de que cada vez utilizamos menos o correio eletrônico. Também conhecido como e-mail. Com a facilidade, e instantaneidade dos Tweets, ou mensagens instantâneas do Google Talk, Facebook ou Msn, os emails têm perdido espaço nesta luta. Além dos inconvenientes spams que transbordam as caixas de entrada  de muitas contas de usuários comuns.

Na introdução do livro 'Blogs.com - Estudos sobre blogs e comunicação', o pesquisador e professor André Lemos, ao comentar uma postagem sobre blogs (Rue 89 - 2007) coloca que "o e-mail está associado a formas de comunicação 'sedentárias'". E ainda complementa explanando que "...os microblogs e SMS ganham tempo por serem mais rápidos, telegráficos, permitindo o envio em mobilidade."

Apesar do surgimento de tecnologias mais eficientes, o e-mail mantém-se vivo. Com a mobilidade dos smartphones, que além de enviar sms, enviam também e-mail, as mensagens de texto via correio eletrônico continuarão sendo enviadas e recebidas por algum tempo. 

O fato é que assim como o rádio sobreviveu a invenção da televisão, os e-mails ainda sobrevivem a todo este novo aparato da comunicação virtual. Muito utilizados para finalidade de comunicação privada, em que as mensagens podem ser lidas além do espaço tempo, sem a dependência de estar online em tempo real. Como uma secretária eletrônica binada. Que você pode responder quando quiser, ou deletar, sem que ninguém fique sabendo.                  

Para concluir, posso dizer que se o e-mail está com os dias contados, ou irá sobrevreviver a todo este novo aparato da comunicação, somente o futuro irá nos revelar. De outro modo, é certo que a resistência existe. Prefiro não arriscar nenhuma profecia sobre quanto tempo de vida ainda tem o velho e bom e-mail. Nos resta agora interagir.

J.P.D.

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