sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Legítimo


Legitimar significa tornar legítimo perante a razão. Legítimo é o que transcende todo e qualquer tipo de contestação. Atestado pela lei ou assegurado pela prática. Assim, nos tornamos quem somos de acordo com as ações que realizamos. Seja no âmbito pessoal ou profissional. No plano espiritual, do céu e da terra, a legitimação extrapola os atestados fornecidos pelas instituições do mundo físico. Ao mesmo tempo em que é independente dos graus e títulos. Me refiro ao que é legítimo no plano metafísico.
 
O comunicador legítimo torna-se comunicador pelo ato de expressar-se através dos meios de comunicação; O filósofo torna-se filósofo pelo ato de filosofar em relação à natureza, ao mundo e à sociedade; O trabalhador legitima-se trabalhador pelo ato de realizar o respectivo ofício cotidianamente; O escritor legitima-se pelo ato de escrever; O poeta legitima-se pelo ato de compor poesias; Neste contexto, a legitimação independe de formação, reconhecimento ou ganhos. Contudo, vincula-se diretamente ao ato propriamente dito. No sentido alquímico.
 
Por vezes, a legitimação precede a profissionalização. Há casos em que coexiste interdependência entre uns e outros. Um profissional é capaz de graduar-se em nível superior e carecer de experiência prática. O inverso também procede. Posso, por exemplo, defender uma dissertação sobre vídeos no ciberespaço, independente de saber reproduzir o objeto de estudo. Ou, escrever um artigo sobre sites de relacionamento, independente de conhecer pessoas através de tais plataformas. Algo que soaria estranho em um debate relacionado ao assunto. É óbvio que, na sociedade midiatizada, apesar da exigência de formação, prioriza-se a vivência prática no campo de batalha. O ideal continua sendo profissionalizar o legítimo e legitimar o profissional.
 
J.P.D.

Um comentário:

  1. Há uma diferença explícita entre o profissional (graduado), o bom profissional (que entende do assunto) e o profissional legítimo (que domina o conhecimento prático) - Digamos que, entre os teóricos, regozijam aqueles que chamamos de anti-práticos.

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