Infelizmente. É triste, mas devemos
encarar a realidade. Assim como de um lado a vitória e a superação podem fazer
o homem crescer e subir na vida. Assim como o trabalho e o estudo podem
construir uma carreira. De outro lado, há aqueles que deixam de lutar.
Entregam-se aos vícios. E mesmo sem culpas são condenados pela sociedade que
deixa de acreditar neles. E o pior de tudo acontece quando eles mesmos deixam
de acreditar em si.
Conversei com este pessoal. A história
deles é parecida. Alguns vieram de boas famílias. Até certa idade tinham tudo.
Casa, comida, trabalho, mulher... Mas desacreditados por tomarem cachaça, serem
rebeldes ou simplesmente não concordar com as exigências dos outros, reclamam terem
sido abandonados. Cada um deles me confessou que tinha vontade de trabalhar.
Que procuravam trabalho. Todos eles sabem ler e escrever. Mas já não era assim
que sociedade os via antes mesmo de irem para as ruas.
Antes mesmo destas condições já eram rotulados
como 'vagabundos' e 'não merecedores' das coisas boas da vida. Mas eles
acreditavam que mereciam um bom trabalho, uma boa mulher e uma boa vida. E de
certa forma lutavam por isso. Do seu modo. Mas depositavam muita confiança em
terceiros, os quais, segundo eles, não os viam assim, nesta luta.
Dependiam psicologicamente da aprovação, aceitação e apoio destes
outros. E ao invés de encarar tudo isso como um desafio de provar o contrário.
Acabaram assumindo os rótulos que lhes foram designados. Contudo nem eles, nem
as pessoas as quais supostamente os tenham abandonado, teriam culpa de tudo
isso.
É preciso rever o sistema. As
oportunidades devem ser para todos. Desde as vagas nas escolas. As condições de
moradia e saúde. Até as portas abertas nas empresas para pessoas que tem
comportamentos fora do padrão. De algum modo elas podem ser úteis. Chega de
cobrar um padrão igual de comportamento a todo mundo. A roupa passada, a barba
feita, o corpo esbelto, os dentes brancos.... Ok, a aparência também conta. Mas
é preciso ver o coração, a motivação e a vontade de cada um.
Até mesmo a simpatia deve ficar em
segundo plano, frente as necessidades das pessoas, de comer, morar, estudar e
trabalhar. Isto deve ser o principal. Tem que dar emprego para quem procura.
Para quem quer trabalhar. Não importa se você vai ou não com a cara da pessoa.
Nem Cristo agradou a todos. E por isso fizeram o que fizeram com ele. Pense
muito bem antes de dizer não a alguém. Diga sim as oportunidades. Aceite as
personalidades diferentes que existem no mundo. E abra portas para elas antes
de desistirem. Assim poderemos construir um mundo melhor.
Juliano Dornelles
Espero que alguém ajude essa gente. Dê casa, dê comida, dê trabalho...
ResponderExcluirlegal a materia
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