Sexta-feira é um dia fora do normal
dentro dos dias da semana. Para muitos é o encerramento parcial da jornada
cotidiana de luta. Em muitas empresas, sexta é um dia em que o pessoal é
liberado para usar roupas mais informais. Alguns aproveitam para fazer um happy
hour. Outros saem à noite para curtir a balada. Para mim, um dia de preparação
para receber o sábado sagrado.
Quase todas as crenças convergem para a
criação em sete dias. E neste mito Deus descansa no sétimo dia. O que faz
alguns homens fazerem o mesmo. Alguns realizam esta pausa no sábado. Outros no
domingo. E também há quem faça na sexta. Cristãos, árabes e judeus intercalam o
que chamam de dia sagrado. Um dia para sair da rotina.
Mas como ainda não é sábado, vamos
falar um pouco da sexta. Esta em específico. A chuva no Rio Grande do Sul,
incluindo Porto Alegre, traz esperança aos rios que sofrem com a seca. Aqui no
meu canto, aproveitei a chuva do fim de tarde para limpar a casa. O que para
mim foi o terceiro trabalho do dia. Sendo que o primeiro exerço pela manhã
vendendo planos de telefonia celular. E o segundo em casa, à
tarde, em meu micro-empreendimento individual. (Não dá para viver só da
venda dos livros que escrevo - Nem seria justo morder a madre além da conta).
Mas quando achei que ia descansar, depois da faxina completa, umas 21 horas da
noite, resolvi ir malhar um pouco. Um treino leve, digno de um dia atípico. Uma
sexta-feira 13 de chuva.
Bom, depois é claro que uma ducha veio
a calhar para resfriar o corpo. Uma refeição leve a base de frutas e muita
água. Um pouco de navegação na internet. E para não passar em branco, uma
pequena produção cultural. Alias, quem almeja ser escritor deve produzir sempre
que possível. Rainer Maria Rilke já perguntava em 'Cartas a um jovem poeta':
"Você acordaria no meio da madrugada para escrever?" Minha resposta é
sim. E já fiz isso inúmeras vezes. Sem ambição pela fama, sucesso e
reconhecimento. Mas pelo simples prazer, que também sentem e já sentiram muitos
outros homens simples, hoje imortais, chamados poetas.
Sei que isto não são versos em rima
cruzada. Mas, assim como Rilke, acredito que um poeta também tenha de fazer uso
da prosa. Enquanto isso, com a certeza de que o lar me acolhe melhor do que a
rua, ficarei por aqui. Entre frases e versos, compondo a transição da sexta ao
sábado. Como diria um veterano ao recém-chegado em uma sala de Narcóticos
Anônimos: 'Na sequência o mais lhes será revelado'. Boa noite e bom fim de
semana a todos.
J.P.D.
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