quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Gratidão e reconhecimento


Hoje só poderia falar de uma coisa. Aniversário. Na noite anterior, diferentemente de outras épocas, passei as horas estudando. Trabalhando em minhas pesquisas e dissertações. O melhor presente que poderia dar a mim no dia de hoje. Há um bom tempo tem sido assim.

Lembro de quando era criança. Ótimas notas na escola. Boas amizades. Momentos singulares em família. Artes e peripécias que marcaram a infância. Lembro de quando tinha sete anos de idade, meu pai chegou pra mim e disse: 'A partir dos sete anos as crianças começam a ser responsáveis por suas atitudes e intenções'. Lembro-me que desde aquela época assumi as consequências em tudo o que faço, sinto e penso. 

Certo dia minha mãe entrou na casa dos fundos onde morávamos, uma peça que chamávamos de depósito, onde no meu mundo imaginário era por vezes meu laboratório e, em outros momentos, meu quartel general. Quando ela percebeu, viu que eu havia consertado ventiladores, abajures e outros utensílios elétricos muito antigos. Do tempo de minhas avós. Ficou surpresa e ao mesmo tempo assustada por eu estar brincando com faca, fogo e eletricidade. 

Gostava muito de desmontar brinquedos. Mas nem sempre conseguia montar novamente. Às vezes sobravam peças. Mesmo assim lembro que criava minhas invenções. Carrinhos de rolamento, ralf de skate, cestas de basquete improvisadas, casa na árvore e até uma réplica do robô da novela Rainha da sucata. Feitos estes que, somados a ótimas notas em matemática e habilidades com desenho, me estimularam a prestar vestibular para engenharia.

Como todos sabem me graduei em comunicação. Mas antes disso estudei algum tempo de engenharia civil e também ciências sociais. Passei em sete vestibulares. Sendo quatro em universidades federais. Cheguei a cursar cursos em quatro faculdades até me formar  em Comunicação. 

Tenho certeza de que se fosse fazer um inventário pessoal aqui e agora seguiria na mesma pauta eternamente. Muita coisa aconteceu de lá pra cá. O fato principal é que cada experiência me fortalece de alguma maneira. Às vezes precisamos bater várias vezes na porta pra que ela abra. Isso nos toma tempo. Mas nos obriga a desenvolver a paciência, persistência e  perseverança.

Aprendi nesta jornada que precisamos confiar em nossa busca. E devemos fazer o possível pra alcançar nossos objetivos. Ter noção de responsabilidade. Ser grato pelas oportunidades que a vida nos oferece e agarrá-las com as duas mãos. Honrar cada uma delas. Retribuindo as coisas boas que o mundo nos dá. Pois vale a pena ter ideais quando se pratica a arte do bom combate. E precisamos lutar por eles. O resto vem com o tempo.

J.P.D.

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