Sóbrios na luta

Estava assistindo um telejornal local e tive a triste oportunidade de ver a história de meninos que sofrem com  a dependência química dos pais. Na matéria em questão a repórter entrevistou as crianças que relataram seus sofrimentos. Quando perguntou a um deles o que gostaria, este respondeu que só queria a melhora da mãe e que nunca iria usar drogas nem álcool.

Sabemos que o uso de drogas é um problema real da sociedade. E não atinge somente os marginalizados e criminosos. Mas é um problema que também é compartilhado por jovens universitários, pais de família, empreendedores de sucesso, artistas famosos e outras pessoas que tem respeito daqueles que as conhecem. A questão aqui não é encontrar culpados e vilãos. Até porque não seria justo virar as costas a quem precisa de ajuda. Levando em consideração o que disse um dos meninos, em relação ao fato de que jamais iria usar álcool, surge o ponto crucial na busca pelo êxito na luta contra o consumo de drogas.

De fato o álcool também é uma droga. E mesmo sendo uma droga lícita, é ela que insere os jovens nas demais experiências com substâncias pesadas. É óbvio que existem drogas mais fortes do que outras. Contudo se quisermos curar a sociedade do vício de drogas como a maconha, o crack, a cocaína, o lsd, o ecstasy, o haxixe e o oxy precisamos eliminar o consumo de álcool.

Não é questão de tornar o Brasil um país fundamentalista, tampouco transformar em uma orgia e perdição liberalizada estilo Amsterdã. Mas é sabido pelos especialistas da psicologia e psiquiatria que o consumo do álcool reduz as chances de conquista da abstinência do consumo de outras substâncias.

De mesmo lado tais especialistas sabem que muitos dos casos de dependência química iniciam a partir do consumo social de álcool. Aquela falsa sensação de alegria proporcionada pelas conversas entre amigos nas mesas de bar, mesmo que eventuais, acostuma o organismo a depender do consumo de alguma substância, neste caso o álcool, para ter aquela sensação de bem estar.

O que precisamos levar em conta é que este bem estar é algo passageiro. Tanto o bem estar das drogas lícitas quanto das ilícitas. Além do mais as drogas, incluindo o álcool, trazem outros problemas. Problemas tais como alteração no equilíbrio emocional, imprudência no trânsito e outras alterações de comportamento. 

O principal de tudo isso é que a luta contra as drogas só será vencida se lutarmos de forma consciente. Isto inclui investimentos na educação, nas oportunidades de trabalho e na prática de esportes. Sempre será melhor acordar no domingo de manhã para correr ou fazer uma caminhada, do que levantar ao meio dia de ressaca. Estejamos sóbrios pra vencer esta luta.

J.P.D.