terça-feira, 2 de outubro de 2012

A recriação do Ser


No decorrer de nossas vidas incorporamos a aprendizagem da experiência que a jornada nos proporciona. Aprendemos o que é ser filho, irmão, amigo, vizinho, aluno... enfim, aprendemos o que é ser pessoa. Assumindo as mais distintas denominações a partir da função ou posição que ocupamos em relação às outras pessoas, aos grupos os quais pertencemos e ao cosmo como um todo. 

Os filhos tornam-se pais e avôs, mas continuam sendo filhos e netos. Alunos tornam-se bacharéis, mestres, doutores mas continuam sendo aprendizes do caminho. Nos assumimos como pessoas,  nos colocando no papel de cidadãos e nos reconhecendo como indivíduos. Ocupamos cargos, avançamos posições, evoluímos na forma de pensar, sentir e perceber o mundo.

Repensamos também as atitudes. Reformulamos conceitos. Recriamos teorias. Comprovamos hipóteses. Adquirimos o autoconhecimento empírico da experiência. E isto tudo faz com que nossa identidade transmute. Lapidando nossa essência. Redirecionando a caminhada e construindo um caminho. Reformulando planos e a própria maneira de agir. E mesmo que mantenhamos a essência e a origem, a cada passo a frente temos a certeza de estar um pouco mais além da posição anterior. Tudo isso para que aconteça o que chamamos de recriação do ser.

É preciso se reinventar a cada momento. Rever atitudes. Rever posições. Pra que possamos nos adaptar ao ambiente. Incorporando novos conhecimentos. Libertando-se de velhas idéias. Abrindo espaço para o novo. Porém, quando pensamos que o mundo mudou completamente  percebemos mais uma vez que o mundo segue produzindo mais do mesmo. E quando achamos que a humanidade desenvolveu uma forma diferente de pensar, nos vemos agindo como um dia agiam nossos pais. Mesmo assim continuaremos nos reinventando. Lapidando a essência, esculpindo o ser e recriando a própria identidade. Na expectativa de um mundo melhor e de uma nova maneira de reconhecer a humanidade.

J.P.D.

Um comentário:

  1. Realmente, temos que mudar a cada dia... é um renascimento, onde só existe o presente, embora tenhamos histórias no passado e afinidades, marcas, desejos e medos.
    O sol nasce todo dia e depois sai para nascer em um outro dia, aparecendo em outra parte do globo, em quanto aqui é noite, em outro lugar é dia. Assim é a vida: nascemos e pensamos que a real vida é a da matéria, esquecendo que em quanto dormimos estamos livres e somos antes de tudo espíritos.

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