Semana
passado derramei café no teclado de meu computador enquanto trabalhava em meus
textos. Algumas teclas foram danificadas e deixaram de funcionar. Control, Alt, Caps Lock, Shift e outras teclas do teclado principal, além de toda a parte numérica e de operações matemáticas do teclado auxiliar, não respondiam aos cliques. Segui
digitando meus escritos por mais vinte e quatro horas. Contudo para que pudesse
colocar aspas, interrogação, ponto final e vírgula nas frases precisava copiar e colar estes
caracteres de outros textos. Mesmo assim escrevi o texto do dia naquela tarde. E muitas outras mensagens em meus perfis do Facebook, Google Plus e
Twitter.
No dia
seguinte pesquisei o preço dos teclados. Um igual ao antigo custava além do que
poderia investir. Juntei minhas economias e comprei o mais simples. Foi o
suficiente para mais umas semana de textos, conversas, postagens, interação e
outras produções que requerem o uso do teclado. Porém ignorei que o teclado
novo não possuía o apoio para o pulso. Requerido para quem usa o computador por
mais de três horas por dia diariamente.
Após uma
semana de textos, conversas e outras postagens senti nesta manhã uma enorme dor
no pulso. Achei que não poderia postar o texto do dia. Evitei teclar com amigos
e resumi a navegação ao uso do mouse. Porém percebi que mais importante do que
abster-me da dor é publicar aquilo que precisa ser dito. Acabei improvisando um
apoio para o pulso com um pedaço de madeira.
Por um
momento reclamei da situação. Lembrei que um jornalista multimídia, escritor e
blogueiro precisa estar equipado para que o trabalho possa
ser realizado Uma boa máquina, uma boa câmera, uma boa filmadora,
uma boa velocidade de acesso à internet, dispositivos móveis, além do
conhecimento básico de softwares de edição e mais. É como o taxista e
o caminhoneiro que precisam do seu veículo para poder trabalhar. Não
necessariamente do melhor, mas do suficiente para que possam realizar o seu
trabalho.
Na mesma
hora me dei conta que aquilo estava soando como uma reclamação ao meu próprio entendimento. Então lembrei de agradecer a Deus por estar online e
conectado. Lembrei também de que menos de trinta por cento da população
brasileira tem acesso à internet diariamente. Senti-me um privilegiado por
poder estar, apesar da dor, escrevendo estas palavras.
Tudo isso
mostra que é muito mais importante valorizarmos aquilo que possuímos, com
gratidão e reconhecimento do que reclamar das adversidades
que encontramos no dia-a-dia. Valorizarmos também o apoio daqueles
que valorizam o nosso trabalho. E sobre todas as coisas, descobri que mais determinante do que os empecilhos é o desejo de realizar um objetivo. A vontade vai além da dor. Este texto é o exemplo disto. Dedico àqueles
que me pediram para escrever.
J.P.D.
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