Os personagens são representações
criadas pelos autores para que estórias possam ser contadas. Protagonistas da
ficção ou da história da vida real, os personagens participam da trama da qual
a narrativa é composta. Muitos personagens participam de forma ativa nas cenas
da literatura, do cinema e do teatro. Enquanto alguns têm papéis secundários ou
figurativos. Nas narrativas virtuais na web percebemos todos os tipos de
personagens presentes.
Muitos de nós, quando participamos de
um diálogo, agimos de forma representativa. Ou seja, nem sempre as atitudes
condizem com as emoções. Em muitos casos precisamos conter os impulsos. Nem
sempre podemos falar, agir ou reagir conforme desejamos. Pois temos de prestar
fidelidade ao papel que decidimos representar; Ou, ao personagem que decidimos
incorporar.
De alguma forma, as pessoas comuns
também se colocam como personagens. Porém, personagens reais. Na verdade, o que
chamo aqui de personagem é apenas o papel desempenhado frente às situações ou
relações interpessoais. Assim sendo, o mesmo homem pode agir como pai, frente
ao filho; Filho frente aos pais; Marido, frente à esposa; Chefe, frente aos
subordinados; Irmão, diante dos irmãos; Amigos frente aos amigos; E assim
por diante.
É certo que há casos em que há inversão
de papéis. Porém, o normal é que cada um se coloque no devido lugar. Desta
forma há quem possa criticar estas colocações defendendo sua respectiva posição
social como algo natural, e não representativo. Neste sentido, até mesmo os
papeis que desempenhamos com maior naturalidade são construídos a partir de
referenciais e conceitos que formulamos de acordo como nossos valores pessoais.
Na web percebemos o crescimento maciço
da representação e incorporação e papeis. Os blogueiros e vlogueiros são
exemplos a serem lembrados. Assim como os escritores, os compositores e muitos
outros produtores culturais. Todos tem algo em comum. Precisam agir conforme as
ideologias que acreditam e defendem. Mesmo quando a maioria destes não se
coloca na posição de personagem construído, todos somos atores sociais nos
lugares que nos são designados.
De algum modo, percebemos o crescimento
em número e qualidade dos personagens criados pela literatura, cinema e outras
artes. Machado de Assis, Chico Anysio ou Walt Disney são exemplos de
autores que extrapolaram a criatividade na criação de personagens. Cada um ao
seu modo na arte que escolheram.
A internet é o berço dos novos autores,
personagens e atores do mundo pós-moderno. Muitas vezes recriando o real a
partir da ficção. E o virtual a partir do real. Uma retroalimentação da
realidade e do imaginário simultânea e reciproca. De algum modo, independente
de nos vermos assim, somos autores, personagens e atores do mundo e da vida
real.
J.P.D.
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