segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sociedade Humorística


A cada dia o humor vem ganhado importância na indústria do entretenimento. Com o desenvolvimento do show mídia percebemos uma orientação voltada ao sentido das emoções. Onde a arte, antecipa-se a outras produções, integrando o humor como uma de suas dimensões constitutivas. O cômico se opõe às regras sérias do sagrado. E as críticas sociais emergem formatadas nos moldes do humor.

Conforme o filósofo francês Gilles Lipovetsky, “cada vez mais, a publicidade, as emissões de animação, os slogans das manifestações, a moda adotam um estilo humorístico”. Porém, inexiste o monopólio do cômico. De outro modo, o cômico se une ao grotesco, unificando-se à categoria do realismo grotesco.

Lipovestsky explica que: “O mundo do riso edifica-se essencialmente a partir das mais diversas formas de grosseria, de rebaixamentos grotescos dos ritos e símbolos religiosos, de arremedos paródicos dos cultos oficiais, de coroações e destronamentos bufos”. Porém, com o tempo percebemos uma transformação do humor afastando-se do grotesco.

O humor seduz e aproxima os indivíduos. Onde o riso é construído a partir do humor, da ironia e do sarcasmo. Lipovestsky coloca que “o humor de massa é sedutor, tônico e psicodélico; o seu registro pretende-se expressivo, caloroso e cordial”. Neste sentido, hoje temos um humor livre, liberto dos antigos moldes.

Contudo, em ocorrendo uma depreciação do eu no humor. De toda forma o humor vem investindo na esfera do social. Em que o riso surge como um novo híbrido de consciência reflexiva e terapêutica. Vivemos uma fase humorística das democracias. Onde o humor investe na esfera do sentido social.

J.P.D.

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