segunda-feira, 8 de julho de 2013

Tecnológicos


Constantemente abordo aqui a questão da dependência mediada. E apesar de ser de uma geração que só conheceu a internet na adolescência, sofro da mesma forma que sofrem aqueles que nasceram conectados na rede. 

Desde sábado à noite fiquei sem conexão banda larga em casa. Por aqui usamnos internet a rádio e, quando vem chuva forte, geralmente ficamos sem sinal. Ao mesmo tempo meu modem 3G é incompatível com o Windows 8, recentemente instalado no Lapt top. Pra completar, gastei todo o saldo do celular em uma ligação na noite de sábado. Saldo que geralmente uso exclusivamente no acesso à internet pelo celular.

A soma destes imprevistos me fez passar 48 horas sem acesso à rede. Isso é aceitável em uma viagem ou em um período que nos ocupamos com outras atividades. Mas em dois dias ilhados em casa pela chuva, a conexão mediada se torna uma obsessão vital à felicidade. Principalmente quando somos viciados em internet.

A internet é onde posto e compartilho meus textos, fotos, vídeos e outras artes de minha própria autoria. Também é onde mantenho a maior parte de minhas conexões municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Ficar sem sinal de internet é como estar em uma ilha deserta ouvindo o som do vento, dos pássaros de das ondas do mar sem ninguém pra ouvir aquilo que temos pra falar.

É certo que precisamos ter outros tipos de conexão. Além daqueles tipos que necessitam da tecnologia pra proceder. Como o telefone e a internet, por exemplo. Porém, vivo outro contratempo. Há três anos venho lutando na tentativa de me recriar como pessoa, me libertando de uma juventude rebelde regada a amizades superficiais, companhias movidas por segundas intenções e boemia exacerbada em bares e festas regadas a álcool e tabaco.

O preço desta transformação tem sido uma reclusão nas atividades profissionais e de lazer. Invisto os dias nos estudos como mestrando, em trabalhos como escritor e produtor de conteúdo, treinos na academia e eventuais companhias que cedem um pouco de seus respetivos tempos pra me fazer companhia.

Neste contexto, a internet, assim como as mensagens sms, tem sido a forma pra maximizar conexões. Ficar sem internet, assim como saldo no celular, quando somado ao isolamento físico, nos faz pensar sobre muitas coisas. O quanto é importante ter pessoas por perto. O quanto é valioso poder escrever e compartilhar um texto na rede. O quanto é bom poder conversar com amigos via redes sociais. Além da necessidade clara real da libertação da dependência tecnológica. De algum modo, estes dois dias sem conexão me valeram estas e outras reflexões.

J.P.D.

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