Costumo dizer que nas seis primeiras respostas negativas que
recebi, me dei a oportunidade passar a limpo, com autores e objetos de estudos,
em meus sites e canais de comunicação. Onde a porta sempre está aberta. Os
projetos inicialmente recusados pelas
universidades se transformaram em textos, os quais fiz questão de publicar em
livros, blogs e redes sociais.
Da mesma forma, venho utilizando desde a faculdade, as
publicações de mestres e doutores nas produções que realizo. Mais recentemente,
quando recebi a oportunidade celestial de ser aprovado com um sim, direcionei
as pesquisas na produção audiovisual compartilhada nas mídias sociais. Contudo,
logo notei que precisaria ir além da bibliografia existente se quisesse conhecer
e dizer algo novo. O que se torna o grande desafio a todo bom pesquisador.
Deste modo, percebi que muitos dos autores os quais venho
estudando nestes anos mais recentes, abordam temas como blogs, vlogs, Facebook,
Twitter, Instagram, entre outras plataformas e dispositivos, baseados apenas na
observação participativa e no estudo netnográfico passivo, descritivo e
dissertativo.
Encontrei livros inteiros sobre blogs, escritos por autores
que, apesar de observar a produção em massa na blogosfera, raramente mantém postagens diárias na rede. Da
mesma forma, observei autores falando sobre Instagram, Flickr e Picasa sem
postar ao menos uma foto ao mês.
Em minha visão particular acredito que o verdadeiro estudo
de campo transcende a observação. Requer, de alguma forma, experimentar o
processo criativo. E é isto que venho fazendo em minhas pesquisas. Sempre que
posto um texto, foto ou vídeo qualquer na rede.
Percebi que, para entender melhor o ciberespaço, além de
observar os internautas, preciso ser um internauta ativo e participativo. Da
mesma forma que um antropólogo, a fim de entender melhor como vivem os índios, se
submete à experiência de passar meses, ou até anos, vivendo com tribos
específicas, caminhando pelado na selva, fumando cachimbo da paz e dormindo com
as índias em redes ao ar livre.
Desta forma, me detive em participar efetivamente com a
finalidade de tentar de ir um pouco além da observação participativa. Ingressando
de forma ativa no universo daqueles os quais se configuram como objetos de
estudo de minhas pesquisas.
O fato é que, para entender melhor os blogs, os vlogs e
outras redes, me propus a produzir conteúdo multimídia a estas plataformas. O que
iniciou como um estudo, trabalho e brincadeira, se tornou um vício. Algo que se
tornou parte do que sou hoje. E certamente hey de tentar converter em instrução
aos futuros comunicadores, se um dia tiver a oportunidade de lecionar.
Sim. Estou viciado na produção de textos com fins digitais.
Na produção de vídeos à internet. Isto, às vezes, assusta, porém tento manter-me
tranquilo. Esperançoso de que os mestres e doutores mais antigos e experientes,
entendam esta postura, por vez pós-moderna, pós-humana ou futurista. Sou apenas
um aprendiz tentando entender como as coisas funcionam.
J.P.D.
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