Na literatura, assim como na mitologia,
o homem cria personagens para tentar explicar a diferentes formas em que seu
pensamento e sentimento se manifestam. Seja de forma voluntária ou
involuntária. Desde a infância criamos ídolos. Superman, Homem aranha, Incrível
Hulk. Muitos de nós já experimentamos imaginar-se agindo como tais heróis agem
nos filmes e histórias em quadrinhos. E alguns vão, além disso, vestem o
personagem a ponto de confundir-se com o tal.
Depois da maturidade os homens começam
a cultuar os mitos dos adultos. Os santos, os deuses e os orixás. Assim como
figuras mitológicas de nossa acultura. O Negrinho do Pastoreio, o Saci Pererê
ou o Pajé. É comum que nos perguntemos sobre o que é um mito e o que é
realidade. O certo é que muitos de nós já experimentou a manifestação de seres
sobrenaturais terrenos, celestes ou até mesmo fictícios. Em muitos casos as
experiências neste sentido podem fugir do nosso controle. É preciso perceber o
limite entre o real e o imaginário.
O objetivo é que possamos construir a
identidade do personagem da vida real. Construir a nossa própria identidade
somando um pouco de tudo aquilo que encontramos no caminho e nos identificamos.
Mas tudo isso sabendo que somos apenas pessoas. Como dizem os Babalaorixás do
Candomblé, as pessoas têm em si da ira de Ogum, a piedade de Oxalá e a vaidade
de Xangô. Mas poucos desenvolvem o domínio sobre si mesmo. Somos capazes
de nos adaptar às situações. Forjar atitudes programadas ou simplesmente dar
vazão aos instintos. De qualquer forma, sejamos nós mesmos.
J.P.D.
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