domingo, 22 de novembro de 2015

Antropologia dos vícios .'. Cap I .'.


Na antropologia dos espíritos, entendemos que a sintonia se dá através das afinidades. Um espírito brincalhão, terá maior facilidade de trabalhar com um humorista do que com um carrasco. Um espírito que gosta de atividades físicas sentirá mais a vontade em ambientes esportivos. Um espírito que busca o conhecimento terá maior prazer na leitura do que um espírito que encontra o prazer da embriaguez. É óbvio que a humanidade vive um momento de hibridização identitária.

O mesmo espírito, que sente prazer em trabalhar durante a semana, tem capacidade de permitir-se ter prazer em sair a noite no fim de semana. O mesmo espírito, que tem prazer em fazer esporte sete dias por semana, é livre para curtir uma mesa de bar no fim de semana. Naturalmente, em vista da multiplicidade subjetiva, há tendência em direcionar a dinamizar determinados hábitos.

Espíritos que tem o prazer no tabagismo, e no consumo exacerbado de álcool, geralmente detestam atividades físicas. De modo semelhante, espíritos que gozam nos treinos de academia, costumam detestar o consumo de drogas e alimentação desregrada.

Os espíritos que vivem o intermediário, costuma dizer-se em vivem busca de um equilíbrio. Atribuem a moderação como requisito. Diz-se que tais espíritos, nem quentes, nem frios, ainda estão um momento de definição identitária. Como um tabagista que insiste em fazer academia. Em algum momento, terá de escolher que caminho trilhar. Pois, o tabagismo, compromete o desenvolvimento físico e a alta performance nos treinos aeróbicos.

Alguns espíritos optam pelo que lhes dá maior prazer momentâneo. Despreocupados com consequências, perdas imediatas ou ganhos a longo prazo, vivem, inconsequentemente, o momento. Dizem ter o controle da situação. Negam o vício. E mostram-se despreocupados com atividades físicas, higiene pessoal, alimentação e outros cuidados.

De modo distinto, os espíritos que buscam a libertação química, e os ganhos, físicos ou metafísicos, a longo prazo, costumam sacrificar alguns prazeres momentâneos em prol de construções racionais do que desejam tornar-se no decorrer do caminho.

Se deixar, agora, no momento em que escrevo este texto, dois dos espíritos que estão ao meu lado, falar, lhes dirão o seguinte:

ZZZ: - 'Sou maconheiro sim. E não quero mudar. Gosto de ser assim. Gosto da vida que tenho. Não se meta nisso. Vá cuidar da sua vida'

XYZ: 'Gostaria de te ajudar. Se quiseres, estou aqui'

*Neste momento houve uma queda de luz no prédio (10h e 39min). 
Continuei a transcrever a conversa no papel. Notei a presença de mais alguém tentando responder durante a fala de 'ZZZ''. 

ZZZ: 'Não te mete na minha vida'

XYZ: 'Bom, Se quiseres ajuda, me procure'

ZZX: 'Eu trabalho. Ganho mais que tu. Compro com meu dinheiro, Cuida da tua vida'.

XYZ: 'Boa sorte pra nós'.

A conversa transcrita no diálogo acima, mostra o trabalho do médium ao conduzir um diálogo entre espíritos que pensam diferente. Cada um defendendo o próprio ponto perceptivo. Gerando um conflito. Nesta situação, um dos mentores do médium, se retira do confronto, desejando 'boa sorte' e se mantendo disponível. Enquanto isso, notamos o teletransporte do espírito viciado. Também retirando-se, em busca de alguém para lhes satisfazer os desejo de consumo, impulsionado pelo vício.

No mundo espiritual, nos ritos ancestrais, vulgarmente, chama-se tais espíritos viciados de 'encostos'. Enquanto, os espíritos influenciados pela obsessão, em algumas religiões, são tratados, e abordados, equivocadamente, como 'cavalos do vício' ou 'escravos das drogas'.

O espírito que busca o domínio próprio, na legítima moderação, domina tais instintos compulsivos. Detém a capacidade de beber, eventualmente, apenas uma dose. Diferentemente, dos espíritos que tem a tendência a serem dominados. Tudo o que desejam é chegar em casa, embriagados. Pouco lhes importa, se gastam até o último centavo. Ou ficarem devendo para beber ou fumar.

Alguns médiuns tem o costume de encaminhar tais espíritos. O que não é recomendado. Pois seria apenas transferir o problema. O médium verdadeiro, trabalha o doutrinamento e a recuperação de tais influências. Tornando-os mentores quando os mesmos se recuperam e libertam dos vícios.

Poir isso, nada de deixar nas esquinas. A recomendação é orar, manter-se disponível ao diálogo construtivo e mostrar a recuperação no exemplo prático.

Entre os dominados pelo vício, os meio-termos e os doutrinadores, há uma porção de classes relacionadas à relação do espírito com os instintos, os desejos, os impulsos e o domínio próprio. Estar ciente de tal influência é o começo de um trabalho consciente de transformação do espírito e da realidade que constrói.

J.P.D.

'O Médium é a Mensagem'

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