terça-feira, 3 de julho de 2012

O Louco e o Mago


Você já deve ter ouvido aquela música de Rita Lee que fala que 'louco é quem me diz que não é feliz'. Ou então aquela ditado dizendo que 'de médico, poeta e louco todo mundo tem um pouco'. A grande diferença não está na loucura de cada um, mas sim a capacidade de superá-la. Libertando-se das inconsequências que compartilhamos no caminho. Ser louco é fácil, qualquer um consegue. Curar-se da loucura é exclusividade de poucos.

Todos experimentamos doses específicas de loucura. Outros vão além de tudo o que  podemos imaginar. Curar o louco que vive em nosso interior é plantar e colher uma nova vida. Zygmunt Baumam fala, no livro Modernidade Líquida, que as identidades se recriam a cada momento. De outro modo revela que voltar ao primeiro grau é simples e fácil. Mas recriar-se partindo do zero é privilégio de pessoas seletas. Esta segunda opção é a alternativa revelada pelo autor como a capacidade criadora.

Há quem diga que o Universo surgiu do caos. O caos criou tudo o que existe. Assim sendo o Mago colocou  uma dose de sua completa loucura em sua poção mágica, recriando assim sua identidade. Deste modo nascem os novos mitos.  A partir da cura do louco que habita no interior de cada um.

Assim sendo, liberte-se do precipício que ronda seu caminho. Deixe de prestar atenção nas borboletas. Afaste o cão que insiste em tentar morder o seu calcanhar. Recrie-se. Este é um privilégio daqueles que conseguem controlar vícios e virtudes. Um passo de cada vez, e a magia  procede. 


J.P.D.

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