Era mais ou menos meia noite e meia. Desliguei o computador. Fiz a
higiene bucal, Liguei o ventilador de teto. Apaguei as luzes. E em poucos
minutos adormeci. Mas não para acordar no dia seguinte. E sim, três mil anos no
futuro.
O sol intenso e avermelhado bateu forte em meus olhos. Abri-os e percebi
estar em outro território. Um território desconhecido. Estava em uma espécie de
barraca de lona. Em uma região desértica. Olhei pela abertura e percebi que não
estava só. Naves sobrevoavam o lugar. E criaturas estranhas, híbridos de
mutantes e ciborgues, me vigiavam.
Em primeiro momento, fiquei apreensivo. Me acalmei ao notar que eles
falavam a minha língua: 'Tudo bem, humano; Como foi a viagem?' - Perguntou um
deles. Respondi com a mais óbvia das perguntas: - 'Onde estou?'
O ser humanoide que me questionava respondeu: 'Estás na Terra. No ano de
5.025 do seu calendário' - 'Como vim parar aqui' - Perguntei-lhe. 'Você viajou
no tempo. No ano do qual você veio, houve um alinhamento do sol com o centro da
galáxia. A data deste alinhamento aparecia no calendário Maia equivocadamente
antecipada em doze meses. Alguns humanos chegaram até o nosso ano. Porém a
grande maioria não suportou a viagem no tempo'.
'E quem são vocês'- Perguntei. 'Somos a evolução da espécie humana. O
que os filósofos do seu tempo previam como o pós-humano. Fruto de mutações
genéticas forjadas pela sua espécie'. Perguntei-lhes então se havia como voltar
no tempo. O ser humanoide falou: 'Não há mais volta. Terás de seguir conosco.
Em nossa nave'.
Assustado, perguntei-lhes: 'Que nave?' - 'A nave Terra' - Respondeu-me o
pós-humano. E ainda disse: 'Gostaria que me acompanhasse até o nosso líder'.
'Ok' - Respondi-lhe.
Chegando até o senhor daquele povo, ouvi-o dizer: 'Seja bem vindo,
humano. Tu és a chave às nossas perguntas'. A partir dali, percebi que enfim
poderia ajudar alguém de algum modo. Porém ainda me perguntava como.
J.P.D.
Nenhum comentário:
Postar um comentário