A partir do desenvolvimento tecnológico e do ingresso do homem na Idade Mídia, surgem novas perspectivas sociológicas sobre a realidade na esfera midiática. A interação mediada, a visibilidade anabolizada, o interesse pela vida privada dos indivíduos comuns, a comercialização das histórias pessoais e intimidades a partir de um contexto de telerealidade. Estamos na vitrine e somos monitorados a todo instante.
Os
programas de Reallity Shows são um exemplo claro da discussão a que se propõem
alguns filósofos pós-modernos. A transformação da vida íntima em produto a ser
comercializado e consumido pela grande massa. Estamos todos de olho na
televisão e nos sites de relacionamento.
Os
programas de auditório assim como os telejornais mais impessoais (com ênfase
aos programas policiais) revelam um mundo cada vez mais próximo do real. De
algum modo, o mundo televisionado se distancia um pouco da realidade pelo fato
de que o comportamento humano tende a mudar quando se está na frente das
câmeras. Mesmo quando se tratam de câmeras escondidas, como no caso de programas como o Big Brother, por exemplo.
Programas
desse tipo se aproximam de uma representação mais fidedigna da realidade. Podemos
citar outros exemplos tais como Fama, Idolos, The voice, No limite, A fazenda,
Casa dos artistas, entre outros. Todos eles têm como objetivo principal
aproximar o público da realidade a partir da exposição das intimidades dos
participantes.
Os
participantes destes programas expõem suas emoções diante das câmeras. E quando
esquecem da presença delas, agem de forma natural. Isso faz com que o público
se identifique com os personagens e protagonistas destas programações.
Neste
contexto, criam-se laços cada vez mais racionais entre os indivíduos e a
sociedade. A sociedade se vê nas telenovelas, nos telejornais, nos programas de
entrevistas e nos mais distintos formatos televisivos. Um verdadeiro show
protagonizado por pessoas comuns. Seja a partir da representação feita por
atores, ou pela atuação de personagens reais.
Neste
mesmo contexto emergem as narrativas virtuais na web. As homepages, os blogs,
os álbuns digitais de fotografia e os canais de vídeo, retratam com mais
clareza a sociedade real. Assim como a televisão, a internet entra na casa das
pessoas da mesma forma que as pessoas entram na internet. Hoje é comum
compartilhar a vida privada em sites de redes sociais. Assim como curtir o que
é compartilhado por outras pessoas.
Vivemos
a era do curtir e do compartilhar. Tudo pode ser curtido e compartilhado. Basta
ter acesso a um computador ou smartphone conectado à internet. E pronto. Fotos,
vídeos e textos ganham o mundo e ficando disponíveis ao acesso da grande massa.
A
massa costuma se identificar com aqueles os quais são vistos como semelhantes.
Sendo que na sociedade atual, cada indivíduo tem uma especialização, nos
identificamos com os quais tem algo em comum. Seja a profissão, o gosto
musical, o time de futebol, uma ideologia, costume, preferência ou moda.
Os
relacionamentos, cada vez mais virtualizados, agora se dão a partir da mediação
tecnológica. Não somente entre a pessoas mas também entre as pessoas e a
sociedade. Entre o consumidor e o mercado. Em relação aos produtos, a arte, às
ideologias políticas e todo tipo de interesse.
Emerge
nesta nova sociedade uma consciência individual. Juntamente de uma consciência
coletiva. Sendo que ambas se retroalimentam entre si. De algum modo percebemos
o peso do social sobre o indivíduo, ao mesmo tempo em que percebemos a
resistência e adaptação do indivíduo à nova sociedade.
Parafraseando
Durkein, poderiamos ainda afirmar que ‘a sociedade tem maior importância que a
soma dos indivíduos’. Contudo é composta por eles. De toda forma há uma
necessidade e de compreensão entre o indivíduo e o social. O fato é que o
social sempre interfere de algum modo nas atividades e modos de pensar do
indivíduo.
J.P.D.
J.P.D.
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