quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Tecnológicos - Nós (Homens e Mundo)


A essência da técnica passa pelo pensamento reflexivo. A capacidade de ir além do bem e do mal. A tecnocultura jamais poderá ser contida. De algum modo, a técnica moderna não é uma continuidade da técnica antiga. É algo novo. Uma criação poética (ou poiética - oriunda da poiésis) em que o ser capta do cosmos a revelação do saber imerso no universo da existência metafísica. De toda forma, a técnica moderna implica uma exploração funcional do mundo. 

A armação surge como modo de pensar e agir. O mundo se apresenta como um sistema calculável. A essência do ser é ofuscada e encoberta pela dimensionada e crescente importância das máquinas em um mundo cada vez mais maquinístico. A capacidade reflexiva do ser criador é ameaçada pelo determinismo tecnológico. Onde a ciência matemática e o calculismo visam a automação, a automatização, a produção (e reprodução) em série e em massa.

Criadores e produtores disputam espaços com exploradores. Ao mesmo tempo em que a espécie humana se recria, o homem  se reinventa. O mundo é redescoberto. O novo ser se adapta ao novo ambiente. O novo homem se adapta ao novo mundo. A técnica como conhecimento operacional ganha extrema importância no determinismo tecnológico. Padronizamos os procedimentos a partir de observações calculistas, reconstruções matemáticas e procedimentos inventivos. Nos apropriamos do mundo e pomos o mundo a produzir pra nós. Um mundo cada vez mais alterado pela técnica e pela tecnologia. Nós (homens e mundo) nos tornamos tecnológicos.

J.P.D.

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