quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Prometeus


Ainda estamos muito longe do desenvolvimento tecnológico sustentável; da inclusão digital total; da apropriação coletiva completa do saber social; do acesso ao conhecimento pleno compartilhado; da onipresença midiática e ubíqua das massas; e da imortalidade do corpo físico. Contudo, acredite, estamos a caminho neste sentido.

No XII Seminário Internacional de Comunicação, ocorrido na PUCRS, no qual, além da apresentação 'master' dos cientistas consagrados, também tive o privilégio de apresentar os primeiros frutos de meu trabalho como pesquisador, cheguei ao reforço de algumas hipóteses pessoais em relação ao futuro próximo e conseguinte. Vejamos o que vos diz o Prometeus.

Há um desequilíbrio da vida coletiva a partir da tecnologia. Com os vídeos e imagens digitalizadas, o mundo se torna objeto a ser compartilhado. O mundo de cada um. E o mundo de todos. Na ironia do social vivemos o efeito perverso da interação nas mídias sociais. Em que procede a reinvenção do moderno. Onde o sujeito habita o mundo do espetáculo. A massa se transforma em público; e o público, em autores protagonistas.

A internet ainda é uma organização tribal e totalmente descentralizada. As hierarquias são mínimas. E a recriação do ser é constante e virtualizada. Comunicar no ciberespaço nos oportuniza um vínculo maior à sociedade. Entretanto, ainda vivemos sob o controle da informação. Os emissores produtores ainda são minoria diante da expressão massiva de receptores e compartilhadores.

O reino das ideias se materializa na biosfera digitalizada. Os homens deixam de ser meros animais racionais para se tornarem associações biogenéticas às máquinas. O saber comum e o conhecimento popular convergem à inteligência coletiva. Enquanto as redes se tornam palco do exercício popular da democracia. Onde os direitos humanos são clamados pelos movimentos sociais a partir de ações ciberativistas.

Todos temos um pouco de Hacker, Nerd, Trol e Geek. Estamos nos viciando na interação mediada pela tecnologia. Onde o ordinário se torna extraordinário. E a intimidade, espetáculo. Diante da transparência do mundo multimídia, construímos uma comunhão tecnológica. Enquanto o real se confunde com o virtual. Vestimos nossos avatares e vivemos a Matrix dos dias pós-modernos.

As grandes plataformas de comunicação se tornam os deuses e oráculos da mitologia cibernética. O anonimato ganha valor de grandeza em ações sociais, frente a exposição e visibilidade. Celebrities e Anonymous compartilham o mesmo espaço. Iniciamos então uma nova fase de orgia midiatizada. Inaugurando a era da tecnocracia e do pós-humanismo. E este é apenas o começo.

J.P.D.

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