No texto de hoje quero trabalhar um tema que considero crucial ao desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade como um todo. Baseado em uma colocação de Confúcio em 'Os Analectos' abro uma discussão que dificilmente será bem vinda a todos. Porém acredito que se faz necessário tocar no assunto.
Na sociedade encontramos bons e maus exemplos. Em toda parte nos
deparamos com aqueles que despertam a admiração da massa. Providos de
seguidores de seus adeptos dos pensamentos, atitudes e modas que lançam a cada
cena do cotidiano. Porém, nem todos aqueles que ora são admirados e seguidos pelas
multidões oferecem um comportamento digno de ser enquadrado como referência.
É certo que muitas pessoas mudam com o tempo. Não falo aqui de condenar
erros do passado. Mas sim analisar o comportamento atual de cada indivíduo
antes de decidir se suas ideias são dignas de serem compradas e vendidas. Neste
sentido, Confúcio coloca que "não se condena o que
já passou". Ou seja, a reputação de um ícone vale mais pelo que se é do
que pelo que se foi.
Mas a principal colocação de Confúcio sobre as
referências é revelada em um conselho que o filósofo dá a um líder, quando este
lhe pergunta 'o que fazer para ser admirado'. Confúcio lhes disse:
"Promova os homens corretos e coloque-os acima dos desonestos". Confúcio ainda
complementou dizendo: "Governe-o com
dignidade e o povo será reverente; trate-o com bondade e o povo dará o melhor
de si; promova os homens bons e eduque os mais atrasados, e o povo ficará
tomado de entusiasmo".
Seguindo esta linha de raciocínio podemos dizer que
quando alguém é recompensado pelo que faz de bom e certo, os demais contados de
sua interação se empenham no mesmo caminho no sentido de obter os mesmos
benefícios. Quando testemunhamos alguém obter o crescimento pelo trabalho é
natural que tenhamos maior vontade de se empenhar profissionalmente. O mesmo
acontece em relação a quem estuda e cresce em conhecimento. Ou a quem pratica
atividades físicas e melhora em condicionamento. A quem faz uma dieta e colhe
uma vida mais saudável. A quem supera um vício e obtém os devidos benefícios.
Cada um destes exemplos se torna referência motivacional. E são seguidos em
maior quantidade quando alcançam resultados visíveis.
Porém tudo isso tem outro lado. O mau exemplo, quando permanece no mau
caminho e mesmo assim alcança benefícios, torna-se um incentivo para que outras
pessoas cometam os mesmos erros. Vou citar um exemplo bem claro. Quando uma
empresa opta por dar trabalho a um usuário de drogas, ao invés de encaminha-lo
à internação na intenção de curá-lo, além de estar investindo na destruição do
usuário que gasta seu salario com o vício, investe também, por tabela, no
tráfico e na criminalidade. E ainda possibilita e estimula que tais exemplos
sejam seguidos por outras pessoas. Isto ocorre com frequência em um ambiente
profissional onde 'erradamente' o que mais vale é o conhecimento técnico,
esquecendo-se dos valores morais e do exemplo social que o investimento em um
trabalhador específico possa trazer à sociedade.
Resumindo o que coloco neste texto, podemos dizer que o crescimento da
sociedade depende do crescimento dos indivíduos. Os bons exemplos são
motivacionais ao povo. Enquanto os maus exemplos, quando recompensados, acabam
desviando a atenção daqueles que poderiam seguir os bons exemplos. Pra
finalizar, colocando a situação do exemplo do parágrafo anterior, acredito que
o mercado de trabalho precisa valorizar outras questões além do conhecimento
técnico. De outra forma seria inteligente e estratégico se o acesso ao
conhecimento técnico for oferecido àqueles que por um motivo ou outro possam
servir como bons exemplos. No mais, na intenção de salvar os jovens que cometem
com maior frequência o erro na escolha de seus referenciais, possamos valorizar
os bons exemplos. Como diria Confúcio: "Promova os homens corretos".
J.P.D.
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