Vamos
começar pela ordem inversa da citação acima. O monitoramento da sociedade pelas
câmeras espalhadas pelas grandes cidades. Cada vez mais percebo o crescimento
do número de câmeras monitorando pessoas. Sejam os pardais nas auto estradas.
As câmeras de segurança em condomínios e estabelecimentos comerciais. As
webcams ligadas em tempo real nos computadores pessoais pelo mundo a fora. Ou
os vídeos gravados de forma voluntária e disponibilizados na rede.
Este
fenômeno cria o que Zygmunt Bauman chamou de abusca do 'equilíbrios entre
liberdade e segurança'. Ou, como ele mesmo se referiu em um vídeo gravado ao
Fronteiras do Pensamento, 'a fórmula mágica do ouro'. Pois uma vez que ganhamos
em segurança, entregamos parte de nossa liberdade. Ou vice-versa. No caso do
fenômeno aqui observado, nota-se que somos monitorados em toda parte. Sempre há
alguém de olho em nossos passos. Impossível fugir. Impossível se esconder.
Somos os protagonistas do filme da vida real. Filme esse que está sendo gravado
vinte e quatro horas por dia. Sete dias por semana. De uma forma ou de outra,
em um momento isolado, ou durante boa parte do tempo, sempre haverá uma câmera
ou outra a registrar parte de nossa caminhada.
Neste
sentido surge também o interesse do publico em gravar suas performances. E
veicula-las na rede. Assim como assistir a performance de outros indivíduos.
Este é um fenômeno percebido com certa intensidade nos sites onde há
conversação em tempo real com videoconferência. Assim como no fenômeno Vloger
que cresce cada vez mais a cada dia.
Somando o
monitoramento 'cinematográfico' das câmeras de segurança aos bate papos com
vídeo conferências, e aos vídeos postados por pessoas comuns na web, podemos
dizer que vida real ganhou a dimensão de Reality show. Se não há como fugir da
gravação, seja ela desejada ou involuntária, a jogada é entrar no jogo.
Sorria, você está sendo filmado.
J.P.D.
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