Neste feriado de carnaval aproveitei pra colocar os planos em dia. Pensar e repensar nas possibilidades. Nas escolhas. E nas possíveis consequências. Aproveitei também pra repor as energias. Curtir a natureza. Descansar. E apesar de tamanha concentração no objetivo principal, os sensores da percepção frequentemente captam algo mais. Precisamos estar atentos a estes momentos e colher da melhor forma o máximo quando pudermos.
Na sexta-feira pela manhã, véspera de carnaval, peguei um ônibus e fui até a praia de Torres. Cidade do litoral norte do Rio Grande do Sul. Me hospedei em um hotel há algumas quadras do mar. Acompanhado de câmera fotográfica, celular e o velho Lap top que me acompanha há mais ou menos seis anos. Carinhosamente batizado por mim como 'Tartaruga ninja'. Tartaruga, pelo fato de estar defasado em relação à tecnologia de ponta e ser um tanto lento. E ninja pelo fato de vir suprindo minhas necessidades. Equipado com dezenas de softwares freeware vitais ao bom internauta. Além de um big playlist do melhor do rock nacional e internacional. O que o faz imprescindível em muitas andanças por aí.
Levei comigo também os Analectos de Confúcio. Uma agenda pra rabiscar. Um tênis amaciado pelo tempo (ideal pra caminhadas e escaladas). O mínimo de roupas possível. Além de um protetor solar fator trinta. Porém o que mais me fez (e tem feito) serventia em cada momento é a capacidade de observação, reflexão e a consciência sobre o compromisso que tenho como o cosmos, o mundo, os homens, a natureza e a sociedade.
Diariamente fiz caminhadas na areia. Quase sempre com a câmera fotográfica em punho. Salvo os momentos em que descia até o mar pra mergulhar entre ondas. Momentos mágicos e singulares em que me conecto com os deuses da terra, do céu, do ar e do mar. Interação esta que se expande além das interações pessoais diretas. Mas também, interna e onipresente ao mesmo tempo.
Quanto iniciei as leituras de Confúcio sobre as virtudes, o aprendizado e a essência moral, aproveitei pra prestar a atenção ao universo em que vivemos. Lembrei-me de um passado recente quando fazia viagens semelhantes, porém com intenções distintas. Onde a diversão, as festas e a boemia tomavam o lugar que hoje preencho com a observação e a consciência reflexiva. E senti uma transformação positiva na maneira de pensar, sentir e agir.
É certo que ao menos dois dias, uma tarde e uma noite, relembrei por alguns segundos um período em que as responsabilidades ainda não estavam definidas e tampouco eram percebidas de maneira nítida. Uma batida de coco e uma de morango para lembrar mais uma vez que há uma missão maior, e coisas mais importantes a fazer, do que curtir cada momento como se fosse o último. Não há pressa em viver. Somos eternos enquanto espirituais. E precisamos ser determinados enquanto homens. Quando temos certeza do que queremos, precisamos agir de acordo com cada meta e objetivo.
Sim. Descansar e divertir-se de maneira saudável às vezes é necessário. Sem culpas ou pressão. Porém o mundo espera um pouco mais de cada um. Mais consciência e atitude. Sim, O mundo espera o melhor. Transformação positiva. Evolução constante. Muitas vezes o prazer deve dar espaço às atitudes construtivas. Pró desenvolvimento. Motivacionais. Conscientizadoras. No sentido da conquista, do progresso e do sucesso. Encarando desafios. Superando obstáculos. Quebrando correntes. Fazendo as escolhas certas. Perseverando na luta. Vencendo demandas e limitações. Indo além. Sempre em frente. Com a consciência tranquila e a certeza de que estamos cumprindo nossa missão no sistema solar. Ao chegar hoje em casa, refleti sobre a viagem e tenho cada vez mais certeza de ter reencontrado o verdadeiro sentido em viver o caminho certo. E sobretudo, a importância de seguir em frente.
J.P.D.
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