Com as facilidades de publicar,
compartilhar e consumir conteúdo na web, cresce a apropriação de
conteúdos. Hoje, mas do que nunca, temos acesso a todo tipo de conteúdo
multimídia. Textos de autores dos quatro cantos do planeta, assim como fotos,
áudio e vídeos. Neste contexto nos perguntamos se este ato é, ou não,
ético. E qual o preço desta apropriação.
Na bíblia judaico-cristã surge a
criação como uma obra divina. E, nesta criação, Deus criou o homem a sua
imagem e semelhança. Ou seja, supomos que todo homem, semelhante a Deus, seja
também criador. Ou pelo menos criativo.
O fato é que nem todos tem facilidade
de criar uma ideia ou conceito partindo do zero ou de si mesmos. E neste
contexto acreditam que seria mais fácil utilizar conceitos e ideias já existentes.
O certo é que não há nada errado em utilizar as boas ideias. Mas também é
indiscutível que criativo é aquele que faz da própria vivência, ou observação,
a matéria de suas criações. De outro modo teríamos que dizer amém a Lavoisier
num contexto onde tudo o que conhecemos como criação seria nada mais do que uma
mera transformação do que já existe.
De algum modo, partir de referencias
conhecidas, e utilizar as mesmas fontes que a grande maioria dos magos e
mestres utilizam, acarreta o erro clássico que nos leva a produzir cada vez
mais do mesmo. De outro lado, a criação daqueles que partem das próprias
experiências é o que traz a inovação. Não quer dizer que a inovação não possa
partir de algo que já existe, mas sim que precisa basear-se em algo que ainda
não foi pensado por ninguém.
Mesmo assim sabemos que a apropriação
de ideias, pautas e conteúdos continuará ocorrendo nas mídias sociais. Até
mesmo nós blogueiros somos vítimas de plágio. Porém, nos orgulhamos quando
somos citados e temos nossos textos utilizados como referência em outros
trabalhos. Assim como também utilizamos outros conteúdos na construção de
nossas produções. Se já não há como fugir da apropriação de conteúdos,
resta-nos ser o mais ético possível e ter em mente que, diante do céu e da
terra, o criador indiscutível seguirá sendo aquele que dá inicio a ideia
ou discussão.
J.P.D.
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