Após a recuperação de um pequeno baque
relacionado ao episódio de ontem, quando tive meu perfil excluído de uma rede
social virtual, surge como pauta, mais uma vez, a questão da dependência
midiática. Apesar do título da postagem anterior, 'Fora da rede', não há mais
como fugir da web. Estamos na web e a web está em nós. Em relação a este
assunto, ontem a tarde, estava ouvindo uma rádio local e o apresentadores
estavam discutindo a questão das dependências. E, neste sentido, a dependência
midiática surge como a dependência da nova era.
Quando ouvimos falar em dependência,
logo vem, à lembrança, as dependências químicas. Tabaco, álcool e drogas.
Nestes casos o usuário necessita de uma dose cada vez maior, a cada fase,
conforme a dependência evolui, pra sentir os mesmos efeitos. E, sobretudo, a
sensação de prazer. Do mesmo modo, a dependência midiática requer um uso cada
vez mais intenso das tecnologias pra que o mesmo prazer seja sentido.
Percebemos, hoje em dia, a importância
que as tecnologias vem ganhando em nosso dia-a-dia. Muitas empresas recebem
currículos somente por e-mail. Alguns serviços de informação são oferecidos
exclusivamente via sms. Neste contexto apenas quem tem acesso à internet, e a
um aparelho celular, é que pode ser incluído neste ambiente interativo.
A dependência começa a ser percebida
quando sentimos a necessidade de utilizar os dispositivos a todo momento.
Muitos ficam nervosos se esquecem o celular em casa. Ou quando ficam sem
crédito ou sem bateria. Sentindo a sensação de seriam procurados e não teriam
como responder, que alguém iria lhe ligar, ou que, sem o dispositivo, teriam
algum empecilho de realizar as tarefas mais comuns.
O mesmo percebemos quando se tem aquela
mania de checar os e-mails de hora em hora. Ou entrar, pelo menos um vez ao
dia, em determinada rede social pra ver se recebeu algum comunicado importante.
De algum modo, muitos de nós teria dificuldade em viver longe da tecnologia. E
não falo exclusivamente dos dispositivos mais modernos. Falo da própria energia
elétrica.
Muitos trabalhos necessitam destas e
outras tecnologias. Ir a um camping no carnaval, ficar isolado da energia
elétrica cozinhando ao fogo de chão, em uma espécie de ‘programa de índio’,
parece divertido. Mas quando se trata do cotidiano de trabalho, estudos e
outras atividades, as tecnologias tornam-se cruciais na realização de tarefas
comuns em nosso dia-a-dia.
De algum modo é preciso encontrar o equilíbrio.
Precisamos sim das tecnologias; Precisamos estar por dentro de suas funcionalidades
e usos. Mas, precisamos também ter um certo controle e equilíbrio relacionado
ao uso que fazemos delas. Há quem diga que, em breve, homem (corpo e alma) e
máquina (hardware e software) se tornaram um só. De algum modo entramos na era
da tecnologia há muito tempo. Muito antes da idade da pedra lascada. Desde lá
ingressamos no mundo da tecnologia do mesmo modo como a tecnologia começou a
fazer parte de nosso mundo. Já que não há mais como nos libertarmos um do
outro, precisamos aprender a utilizar da melhor forma esta comunhão.
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