quinta-feira, 14 de março de 2013

A crítica e o público


No início do cinema poucos críticos consideravam-no uma nova arte. O mesmo ocorreu com a fotografia. E ocorre hoje em dia com novas produções artísticas. Como os blogs pessoais e o vlogs, por exemplo. No caso específico do cinema podemos perceber que nem sempre o valor mercadológico das obras corresponde ao respectivo caráter artístico. A crítica é muito exigente. E obedece a um padrão específico de avaliação. Enquanto o público deixa-se invadir pela experiência que o imaginário lhe proporciona.

O fato é que muitos filmes colocados como ‘lixo’ pelos críticos de cinema, são consumidos como ‘luxo’ pela grande massa de telespectadores. Neste sentido, boa parte dos filmes campeões de bilheteria não é considerada obra de arte. Harry Porter é um exemplo de filme que sofreu duras críticas ao mesmo tempo em que ganhou a preferência do público que lotava as salas de cinema pra ver o pequeno bruxo.

Exemplos como este, onde encontramos divergência entre a avaliação da crítica e a preferência do grande público, podem ser percebidos também na literatura e na música. Um exemplo que merece ser citado são as bandas de rock dos anos setenta. Beatles e Rolling Stones. Criticados em sua época pelos roqueiros mais pesados como bandas comerciais. Hoje são considerados clássicos do rock daquela época.

Um exemplo mais próximo é o caso do escritor brasileiro Paulo Coelho. Sua obra é constantemente criticada e abordada por muito críticos como não sendo uma obra de valor literário. Porém o mago brasileiro, mesmo sob duras críticas dos ditos críticos literários tem a preferência de uma multidão de leitores. Outros exemplos merecem ser citados, como o caso de Confúcio; Que era tido por alguns como alguém sem experiência prática de poder, ao mesmo tempo em que era visto como grande sábio e consultado frequentemente pelas principais lideranças políticas de seu tempo.

Nestes e em outros casos; Quem tem a razão? A crítica e sua avaliação técnica? Ou o público e sua aprovação baseada em uma avaliação leiga? Poderíamos dizer que a cultura pop de hoje pode se transformar referência de cultura clássica de nossos tempos no futuro? A produção artística com fins comerciais poderá um dia ser reconhecida com arte clássica? Estas são algumas perguntas sobre as quais precisamos refletir.

J.P.D.

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