quarta-feira, 20 de março de 2013

Paixão Racional


Com a crescente virtualização das relações, acabamos desenvolvendo novos formatos de interação. A comunicação mediada, principalmente via internet e telefone, alimenta o imaginário fazendo com que idealizemos a pessoa com quem interagimos, criando assim uma caricatura fantasiosa. Porém quando partimos para a interação face-a-face, percebemos que a imagem previamente construída nem sempre se mostra com a idealizamos. Mesmo assim, em alguns casos, a alquimia dos enamorados acontece e nos apaixonamos.

Percebe-se que com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, e a correria das grandes metrópoles, cada vez há menos tempo de interação face-a-face entre o casal. E isto tem prejudicado alguns relacionamentos. De outro modo, estimuladas pelo feminismo, algumas mulheres começaram a ter uma postura semelhante à postura masculina. Sendo assim mais racionais, e consequentemente tendo maiores dificuldades em se entregar à paixão.

A paixão da mulher adolescente tende a reduzir frente a uma desconfiança originária das decepções dos primeiros relacionamentos. Após algumas destas decepções, a mulher, que durante muito tempo era vista como o sexo sentimental da relação, tende a ter receios em se apaixonar. Ao contrário do homem, que recebeu como herança da sociedade machista e patriarcal a imagem de 'predador' dos sexo oposto.

Esta mesma imagem, quando atribuída às mulheres, desvaloriza em parte a imagem das mesmas frente a um grupo particular de homens mais conservadores. Digamos, de maneira curta e grossa, que quanto mais experiências amorosas a mulher vive, mais as suas relações tendem a se vulgarizar, vinculando-se mais ao prazer momentâneao do que à paixão construtiva baseada na aceitação mútua das diferenças. Ou seja, apoiada no amor vedadeiro.

O certo é que a capacidade de se entregar cegamente a uma paixão se torna cada vez mais limitada frente aos medos de repetir os erros das relações anteriores. E quanto mais se foge da paixão, mais difícil se torna amar plenamente. E descobrimos que até mesmo as pessoas mais virtuosas cometem erros e deixam a desejar em alguns aspectos. Mesmo sabendo que tudo isso faz parte da perfeição humana.

Apesar do aumento do tempo que as pessoas interagem via internet e telefone, muitas destas relações virtuais se materializam em encontros reais. De algum modo a paixão acentuada da adolescência cede forças à racionalização das relações. Então as mulheres se perguntam: ‘Seriam os homens todos iguais?’. 'Este é alguém diferenciado?', 'Irei ser feliz ao lado desta pessoa?', etc

Além de todos estes fatores, a racionalização das relações também prejudica a paixão incondicional uma vez que cria parâmetros de comparação entre as experiências relacionais.  E deste modo os 'enamorados' descobrem que cada pessoa que conheceramno caminho é única e tem virtudes particulares. Apesar de todos estes contratpontos, encontramos inúmeros exemplos de pessoas que encontram o par ideal e vivem relações felizes e construtivas por longos anos. É casos em que o racionalismo cede um pouco de espaço à magia da paixão, o amor tem maiores chances de acontecer.

J.P.D.

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