domingo, 24 de março de 2013

Construção da Identidade


Partindo da questão proposta por Nitzsche sobre: 'Como nos tornamos quem a gente é', e  utilizando algumas técnicas de programação neurolíguísticas de desenvolvimento pessoal, retomo novamente uma discussão que a tempos vem movendo meus estudos. A legitimação das subjetividades analisada sobre o método da desconstrução do complexo em partes simples, proposta por Descartes, me possibilitou chegar mais perto do conhecimento que autentifica tanto as identidades das pessoas normais como mitos e lendas. 

O imaginário em torno das identidades nos impulsiona a acreditar que é possível que nos tornemos quem, ou o que, desejamos ser. A partir da observação das identidades e suas respectivas reconstruções percebo que a subjetividade pode ser construída de forma arbitrária ou não intencional. O fato é que são nossas ideias, pensamentos , sentimentos e, sobretudo, atitudes que formatam nosso caráter. E consequentemente autentificam nosso real identidade.

A partir da máxima de Descartes, 'Penso, logo existo', Comecei a observar alguns questionamentos sobre o que pode construir uma imagem e legitimar uma subjetividade. Elaborei então três perguntas que podem ajudar no entendimento desta construção. 'O que penso que sou?'; 'O que penso que os outros pensam que sou?' e 'O que penso que os outros pensam que penso que sou?'.

A partir destas três questões podemos descobrir quem somos. A primeira questão trata da maneira que vemos a nós mesmos sobre os próprios olhos. Por exemplo: 'Penso que sou um blogueiro esforçado' baseado no fato de que escrevo cotidianamente em meu blog pessoal.

A segunda questão pode influenciar na construção da motivação e na decisão em agir. 'Fulano pensa que preciso melhorar a escrita se quiser ser famoso como escritor'. A partir desta colocação existem três possibilidades. (1) Ter a motivação de escrever abalada pela crítica de Fulano. (2) Ignorar o que fulano pensa e seguir escrevendo no mesmo nível. (3) Levar em consideração o que Fulano pensa, e mover-me no sentido da aprimoração, me tornando. assim, melhor escritor do que era antes.

A terceira questão trata do imaginário em relação as fantasias que tenho sobre como as pessoas me veem. Porém na verdade esta é uma forma de tentar olhar para si mesmo como se estivesse olhando pelos olhos dos outros. Por exemplo: 'Gosto de ouvir música em alto volume e nunca ninguém reclamou no prédio em que moro; E neste sentido penso que meu vizinho pensa que penso que ele gosta das músicas que escuto'. Independente do vizinho gostar das músicas ou ter esta visão sobre o fato de eu gostar de ouvir som alto, entro na mesma situação da segunda questão. Seguir tentando agradar o vizinho com um novo playlist a cada dia, me tornando, assim, o DJ do prédio aos próprios olhos; Ignorar a hipótese; Ou rever minhas atitudes.

De alguma forma são estas reflexões que ajudam a construir nossa identidade. Rever as atitudes e buscar o desenvolvimento ou ignorar a crítica e a autocrítica. Influenciados pelo que pensamos que somos; O que os outros pensam que somos; E o que pensamos que os outros pensam que somos. O fato é: 'Se servir o chapéu podemos vestir a carapuça e agir conforme a crítica sugere; Ignorar a crítica; Ou provar o contrário a partir de um movimento no sentido oposto à crítica'. Cada um será movido pela força maior que o rege. E assim a identidades se constroem e legitimam. A partir das atitudes.

J.P.D.

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