segunda-feira, 18 de março de 2013

Credibilidade e Sedução na Comunicação


Na tarde de hoje, participei do primeiro dia do Seminário  ministrado pelo francês Guy Lochard na Faculdade de Comunicação Social da PUCRS. O Seminário trata de uma análise dos dispositivos e discursos midiáticos. Como de costume, tentei interagir fazendo perguntas sempre que tive dúvidas. E uma destas perguntas, apesar de fugir um pouco do contexto do seminário, abri a mente e comecei a pensar sobre um tema importante.

Lochard é professor da Universidade de Paris na França. Há anos se dedica à pesquisa acadêmica. Excreveu dezenas de artigos sobre o tema em questão. Neste primeiro dia de seminário colocou a importância do estudo e definição do público alvo das mensagens comunicadas. Colocando, sobretudo, questões da semiótica onde o sujeito destinatário nem sempre condiz com o sujeito interpretante.

O que Lochard quer dizer é que o perfil cultural e social daqueles para quais comunicamos às vezes difere do perfil sócio-cultural daquele que recebe a mensagem. Ocorrendo diferenças de interpretação entre o significante o significado. Ou seja, diferenças de interpretações da mensagem.

No meio do seminário fiz uma pergunta que fugiu em parte da aula. Na hora em que o professor Lochard falava sobre as diferenças entre estratégias de sedução e credibilidade, me veio em mente o exemplo da Fórmula um, que há alguns anos recebia patrocínio de cigarros, e posteriormente teve tais patrocínios desvinculados do esporte, por ser o tabagismo algo oposto à prática esportiva.

Lochard colocava que na comunicação estes dois pontos (credibilidade da informação e sedução da mensagem) devem ser trabalhados em sintonia e equilíbrio. Pois ambos são importantes ao sucesso dos objetivos do processo comunicativo. 

A questão que coloquei foi a seguinte: 'Por que a grande maioria das propagandas de cigarro mostram pessoas em pleno vigor físico, e mesmo assim tais propagandas são persuasivas e ganham a aceitação do público, se sabemos que o tabagismo prejudica a performance física?' E também coloquei uma questão semelhante: 'Por que nas propagandas de refrigerante e fast food só aparecem pessoas magras, e mesmo assim tem efeito sobre o mercado, se sabemos que uma boa parcela dos consumidores deste tipo de alimentos sofrem com a forma física'.

A questão tratava de colocar que tais propagandas apelam mais à sedução do que à credibilidade. Lochard colocou que o discernimento da interpretação é responsabilidade do público. E de fato é. De outro lado sabemos que propagandas de crianças obesas tomando coca-cola e comendo McDonald’s, assim como a de um fumante tendo falta de ar ao subir uma ladeira, teriam efeito negativo na questão publicitária. A discussão ficou aberta. Há muito a debater sobre este tema. Precisamos repensar a comunicação nestes casos. Da mesma forma que foi proibida a venda de cigarros nos jogos da copa por se tratar de um vício com efeito oposto ao do esporte, se faz necessário refletir sobre mais ações neste sentido.

J.P.D.

Um comentário:

  1. Só pra ter uma idéia, fumei 18 anos. E nos últimos anos, há dois anos e meio atrás, eram 3 massos por dia. E luto frequentemente com a balança. Faz seis meses que comecei a correr na esteira. No início aguentava um minuto e a respiração entrava em colapso. Agora aguento 10, 20, 30, intercalando corrida e caminhada, com maior facilidade.

    Toco nestes temas pois criei uma fórmula pra lutar com êxito, cortando e superando vícios, eliminando estes e outros dragões e bixos de sete cabeças. Além do mais, tenho uma vontade imensurável de ajudar outras pessoas que passam pelos obstáculos que aprendi a superar.

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